“É muito triste não ter uma porta para colocar minha chave.” Esse é o sentimento que Sandra Maria Breijão Ártico, 56 anos, expõe depois que sua residência, no Jardim Pilar, em Mauá, foi furtada e queimada por criminosos no domingo passado. Com a casa completamente em cinzas, a situação se agrava, pois Sandra vivia com seus pais, dois idosos de 80 anos, na mesma residência.

Juntando forças para tentar reerguer não só o lar, mas também a vontade de seguir em frente, Sandra, que trabalha como jornalista, tem contado com a ajuda de parentes, amigos e vizinhos. “Só hoje pela manhã que eu e meus pais paramos de chorar. Estamos conseguindo avistar uma luz no fim do túnel”, relatou, visivelmente abatida.

Sandra conta que o carinho que tem recebido tem feito com que ela consiga colocar os pensamentos em ordem para poder auxiliar os familiares. Seu sobrinho, ao saber do acontecido, idealizou uma vaquinha na internet visando arrecadar fundo para que a jornalista consiga reerguer seu lar. 

O fato revoltante se deu após a jornalista levar os pais para viajar no feriado do dia 21 de abril. Esperando passar dias agradáveis em Bertioga, no Litoral, a mulher acabou se deparando com a cena de um pesadelo quando retornou no domingo de manhã. “É maldade que não tem fim. Se não bastasse terem furtado minha casa, ainda queimaram meu lar.”

Sandra conta que vivia na casa junto com seus familiares há 40 anos. Apesar de ter seus pertences furtados e o que restou queimado pelos criminosos, o que mais dói é ver que parte de sua história também acabou sendo incinerada. “Perdemos fotos de família, documentos importantes, tudo que remetia a nosso passado e herança familiar”, explicou.

Apesar de ter registrado BO (Boletim de Ocorrência), a mulher diz que aparentemente ainda não há pistas de quem possa ter praticado o crime. Sandra está morando com os pais, provisoriamente, na casa da irmã. “Recomeçar a vida sempre é muito difícil, mas ver que meus pais terão que recomeçar a deles aos 80 anos é de partir o coração”, conclui.