Um roubo na cabine de controle do funcionamento do piscinão Capuava, em Mauá, pode comprometer todo escoamento da água do reservatório. O piscinão é o maior da região e também da América Latina. Comporta 800 mil m³ de água e reduz a possibilidade de enchentes em seis bairros – três em Mauá e três em Santo André. Apesar de os funcionários que trabalham no reservatório terem dito que sem bombas não há como escoar a água, a assessoria de imprensa informou que há um sistema de emergência de escoamento assim que a água atinge sete metros dos nove de altura do piscinão.

Segundo a administração municipal, não há motivos para pânico porque com o esquema emergencial as comportas do reservatório são abertas e a água é escoada para o rio Tamanduateí. A abertura, segundo a Prefeitura, é imediata. <EM>A administração informou já ter aberto licitação para contratar uma empresa que execute o reparo no local.

O Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica), se isentou de responsabilidade. Informou que a obra custou R$ 21,6 milhões e que após entregue, a gerência é toda da administração municipal, inclusive a segurança do local.

A Prefeitura informou que a partir de agora uma viatura da Guarda Civil Municipal de Mauá ficará de vigia junto ao reservatório. O prejuízo foi de R$ 200 mil.

Assalto – Os guardas municipais conseguiram prender os quatro ladrões terça-feira à tarde. dois deles eram menores. Eles estavam roubando peças e cabos das estações de controle do piscinão. Os GCM Mario Cordeiro e Alan Ferreira, flagraram os quatro no local após uma denúncia feita por moradores de uma favela próxima ao local. “Já faz mais de um mês que nós estávamos no encalço deles”, acrescenta Cordeiro.

Com os rapazes, os guardas encontraram aproximadamente 20 metros de cabos de cobre, sete espelhos de alumínio, dois bobinas metálicas, alguns componentes eletromagnéticos e um transformador de energia. “Provavelmente eles iam vender o material para algum ferro-velho da região”, acredita Ferreira.

Segundo os funcionários do piscinão presentes no local, os assaltantes danificaram peças essenciais para os geradores de energia das bombas de escoamento na ação e prejudicaram o seu correto funcionamento.

Segundo Ferreira, os infratores sabiam o que estavam fazendo, uma vez que, antes de entrar na estação primária de funcionamento, eles cortaram o cabo de fornecimento de energia da mesma. “Eles sabiam que se a estação estivesse carregada com energia, correriam risco de morte por causa de um forte choque”, garante o GCM.

Os menores D.P., 16, e A.B., 14, foram liberados para os seus responsáveis, enquanto os infratores Dieges Pereira, 18, e Anderson Mascaranhas de Almeida, 20, encaminhados para o 1º Distrito Policial de Mauá.

No DP, os infratores revelaram que dois funcionários que trabalham no espaço onde fica o reservatório também estariam envolvidos com outros crimes idênticos. Segundo eles, dois funcionários públicos teriam furtado cabos e peças do mesmo reservatório.

Ainda no 1º DP, Pereira e Almeida reconheceram os supostos funcionários que também estão arrolados no inquérito policial. Depois disso, os dois foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória de Santo André, onde aguardarão a decisão judicial do caso. Segundo a polícia, eles serão indiciados por furto e depredação do patrimônio público.

O grupo também confessou o seu envolvimento com outros assaltos a cabos de fiações de rede elétrica. Incluindo o que deixou a escola Estadual Sada Umeizada, no bairro de Santa Cecília, também em Mauá, sem energia na semana passada.

Terça-feira à tarde, o reservatório estava quase lotado. De acordo com a Prefeitura, não há casos de enchentes na região desde que foi inaugurado, em agosto de 2002.

O reservatório atende os bairros de Santa Cecília, Capuava e Jardim Oratório, em Mauá, e Jardim Alzira Franco, Parque João Ramalho e Jardim Jaçatuba, em Santo André.