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Corte de repasse
Consórcio estuda fechar centro regional de formação de GCM

Após um ano de funcionamento, espaço pode ser fechado por corte de repasses

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
11/01/2017 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


Inaugurado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC em dezembro de 2015, o Centro Regional de Formação em Segurança Urbana pode estar com seus dias contados. Declaração feita pelo novo presidente da entidade e chefe do Executivo de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), na segunda-feira, durante a primeira assembleia do colegiado de prefeitos, aponta que o projeto – com investimento mensal de R$ 1,5 milhão – deve entrar na lista de iniciativas que não receberão mais aporte financeiro da instituição a partir deste ano.

A possível suspensão do projeto, que visa capacitar profissionais da GCM (Guarda Civil Municipal) da região, segundo Orlando Morando, seria uma medida necessária, tendo em vista a diminuição de gastos proposta pelo novo colegiado de prefeitos.

“O enxugamento (de repasses) é geral. Assuntos que entendemos que não eram prioritários (também estão inclusos). Por exemplo, tinha uma contratação aqui em andamento para capacitação de GCM. Isso é importante, mas não tinha que ser do Consórcio.”

Uma das justificativas dadas pelo presidente da entidade seria o fato de que todos os municípios arcavam com o custeio do centro, no entanto, nem todos utilizavam o espaço. “Rio Grande da Serra não tem GCM. Como é que você utiliza de um artifício consorciado sendo que você põe para uma cidade que paga e não vai usar?”

A alternativa proposta pelo chefe do Executivo é a de que se o projeto for de fato cancelado os próprios municípios sejam responsáveis pelo investimento na capacitação de profissionais da GCM. “A cidade que quiser fazer a qualificação da guarda, que é importante, faça contratação direta.”

No entanto, na análise do presidente da Conferência Nacional das Guardas Municipais do Brasil, Oséias Francisco da Silva, a medida deve sacramentar um “retrocesso” e a “perda considerável” de uma das raras ações eficazes implantadas pelo Consórcio. “Fechar o centro é desarticular uma política pioneira em todo o País, que possibilitou a integração regional dos guardas municipais.”

Segundo o especialista, em um ano de funcionamento o centro de formação tem mostrado papel importante na troca de experiências entre guardas do Grande ABC. “O projeto conseguiu fazer com que houvesse diálogo entre os profissionais de municípios vizinhos, o que em tese contribui no fortalecimento de ações de Segurança em áreas de divisa, um dos principais problemas não só dos sete municípios da região, como em todo o País”, avalia.

Por meio de nota, o Consórcio afirmou ontem que, no momento, “ todos os contratos da entidade passam por um processo de profunda análise, que inclui a verificação de custos que podem ser reduzidos sem impactar serviços realizados”. No entanto, “ainda não há um posicionamento concreto e definitivo em relação a contratos que envolvem o Centro Regional de Formação em Segurança Urbana”.

Localizado em São Bernardo, o Centro Regional de Formação em Segurança Urbana era antigo sonho de ex-prefeitos do Grande ABC. Discutida desde 2013, a construção do espaço se concretizou após a Prefeitura de São Bernardo ceder gratuitamente área antes ocupada somente por agentes de Segurança do município.

Quando o centro foi inaugurado, o então presidente do Consórcio, Gabriel Maranhão (PSDB), chegou a reforçar o interesse da entidade de fazer do espaço uma central de monitoramento regional. No entanto, com o possível fechamento, o projeto deverá ser engavetado.

No ano passado, o centro qualificou 1.073 guardas-civis municipais por meio de cursos de ingresso na corporação, formação continuada, ascensão na carreira e especialização.  




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