"A estabilidade do Iraque é assunto de cada um de nós e devemos unir nossos esforços e evitar as medidas e as decisões que são fontes de discórdia", disse Annan à imprensa.

"Precisamos reconstruir um consenso internacional para estabilizar o Iraque", acrescentou. "Ninguém quer um Iraque caótico na região", frisou.

Os Estados Unidos anunciaram que não vão permitir que companhias da França, Alemanha, Rússia, Canadá e outros países - que se recusaram a fazer parte da coalizão que invadiu o país árabe - disputem os bilhões de dólares em contratos para reconstruir o país, segundo um memorando do Pentágono publicado na terça-feira.

O subsecretário norte-americano da Defesa Paul Wolfowitz, em uma resolução de 5 de dezembro passado, cita "interesses de segurança essenciais" dos EUA e a necessidade de estimular os países a enviarem tropas ao Iraque como razões para limitar a concorrência a 18,6 bilhões de dólares em contratos para reconstruir fábricas de energia, instalações petroleiras e sistemas de comunicações, entre outros.

Em seu site, o Pentágono cita 63 países aptos a disputar estes contratos. As empresas que não puderem participar das principais licitações poderão, entretanto, ser escolhidas como firmas terceirizadas para os projetos iraquianos.

De acordo com o governo americano, em declarações nesta quarta-feira em Washington, os procedimentos de atribuição de contratos para a reconstrução do Iraque, por parte das autoridades dos EUA, não estão sujeitos às obrigações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Os contratos concluídos por conta da Autoridade Provisória da Coalizão (CPA) não estão cobertos pelas obrigações em matéria dos chamados às ofertas internacionais, porque a CPA não é uma entidade ligada a estas obrigações", disse em um comunicado Richard Mills, porta-voz do representante americano para o Comércio, Robert Zoellick.

As declarações foram dadas após a Comissão Européia ter anunciado que examinará estes procedimentos de atribuição de contratos.

A Comissão Européia anunciou que analisará os 26 contratos propostos no novo procedimento de convocações às ofertas americanas, do qual o Pentágono pretende excluir as empresas francesas, alemãs, russas e canadenses, assim como as de outros países que não participaram da coalizão para derrubar Saddam Hussein no Iraque.