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Domingo, 28 de Abril de 2024

400 funcionários da Ceterp/Telefônica deixam a empresa
Do Diário do Grande ABC
29/02/2000 | 16:03
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Pelo menos 400 funcionários da Ceterp/Telefônica, em Ribeirao Preto devem sair da empresa a partir desta terça-feira pelo Plano de Desligamento Incentivado e Voluntário. O corte prevê que, no total, 700 funcionários dos 1.084 sejam desligados da empresa, como forma de adequar o índice de produtividade da Ceterp às demais unidades da Telefônica. A diretoria, no entanto, optou por manter pelo menos 300 trabalhadores até julho naquilo que chama de "fase de transiçao" da Ceterp. Esses funcionários que ficarao até julho receberao vantagens oferecidas pela Telefônica para se manter temporariamente no emprego.

O pacote de vantagens, que está sendo entregue aos funcionários, inclui pagamento normal dos salários no período e bônus de 25% por mês de permanência na empresa. A empresa também se comprometeu a antecipar em 15 de março 30% do valor estabelecido como incentivo para adesao ao plano, ou seja o pagamento total dos salários integrais até setembro, quando termina o prazo de acordo de estabilidade de emprego da categoria, mais bônus sobre o período trabalhado na empresa. Outra parte dos funcionários está recebendo propostas para permanecer definitivamente na Ceterp, com bônus equivalente a uma remuneraçao fixa a ser paga em 15 de março e garantia do recebimento dos incentivos do plano caso o desligamento aconteça nos próximos 12 meses. A proposta feita pela Telefônica foi aceita em assembléia no Sindicato dos Telefônicos na noite de segunda-feira em Ribeirao Preto.

Adesao - O Plano de Desligamento Incentivado e Voluntário (PDIV) da Ceterp foi programado pela Telefônica entre os 15 e 22 de dezembro, quando a empresa ainda nao havia assumido o controle acionário da Ceterp em leilao. A Telefônica pretende com o plano enxugar os quadros da Ceterp, considerado inchado para padroes internacionais. Números veiculados pela empresa dao conta de que na Ceterp existem 175 ramais instalados para cada funcionário, enquanto na própria Telesp, já em poder da Telefônica, esse índice é de 350 ramais para cada funcionário na empresa. A Telefônica, no entanto, nao calculava o elevado índice de adesao ao plano. A empresa assume oficialmente que mais de 800 funcionários aderiram ao plano, mas o próprio sindicato divulgou que 937 trabalhadores já havia demonstrado interesse em aderir ao PDIV.

Fontes de dentro da Ceterp informaram que, considerando funcionários ainda em férias que manifestaram por carta sua intençao de aderir ao plano, a adesao total chegaria a 96% dos 1084 funcionários, o que acabaria inviabilizando a empresa. Essas mesmas fontes informaram ainda que a empresa está negociando individualmente vantagens junto a cada um dos funcionários que lhe interessa manter permanentemente.

Essas negociaçoes, juntamente com as vantagens oferecidas para os funcionários que ficarao temporariamente na empresa, segundo cálculos feitos por fontes dentro da Ceterp, elevaria o volume de provisoes feitas pela empresa dos R$ 33 milhoes para R$ 45 milhoes aproximadamente. O provisionamento para o PDIV é apontado por economistas como sendo o principal responsável pelos prejuízos apontados no balanço da Ceterp divulgado na última quinta-feira (24), de R$ 28,5 milhoes. No ano anterior, a Ceterp havia registrado lucro de R$ 6,5 milhoes. O presidente da Ceterp/Telefônica, Stael Prata, que tem estado em Ribeirao Preto para constantes reunioes durante as últimas duas semanas, está evitando a imprensa e nao comenta nada sobre o PDIV e o balanço da empresa.




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