Sem novas propostas, bancários permanecem em greve por período indeterminado em todo o País. A última oferta foi realizada na quarta-feira, pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), de 7% de correção salarial mais abono de R$ 3.500 (R$ 200 a mais do que nas últimas reuniões). Ainda, foi apresentado reajuste para 2017 composto pela inflação do período mais 0,5% de aumento real mas, novamente, as condições foram negadas pelos bancários.

“A diferença da proposta está em incremento de R$ 200 no abono. Toda a categoria ainda continua indignada. Os bancos querem que os bancários paguem por aquilo que não foram eles que criaram, querem que o trabalhador pague pela crise”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira.

Enquanto isso, o sindicato e os funcionários aguardam nova rodada de negociação e, segundo Moreira, a greve não deve acabar até que a Fenaban chegue a oferta que, pelo menos, reponha a inflação e se aproxime do que os trabalhadores pedem. Hoje é o 25º dia corrido de paralisação – esta já é a maior desde 2004, quando o movimento atingiu um mês –, e o 18º dia útil. A entidade convocou os trabalhadores para assembleia que acontece na segunda-feira, às 17h30, na sede social do sindicato, em Santo André.

Segundo a Fenaban, a oferta para 2016 garante aumento real para os rendimentos da maioria dos bancários, e é apresentada como fórmula de transição de período de inflação alta para patamares mais baixos. “Com a previsão de índices mais moderados, e maior estabilidade a partir de 2017, foi possível acrescentar essa proposta, antecipando a fórmula para o próximo ano, a ser oficializada na convenção coletiva.”

O pleito dos bancários é de correção de 14,78%, a fim de repor a inflação de 9,56% mais cinco pontos percentuais de ganho real. Eles também pedem piso salarial de R$ 3.940, conforme salário mínimo definido pelo Dieese, e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mais um fixo de R$ 8.317,90.