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Sábado, 27 de Abril de 2024

Trinta pessoas morrem na capital do Timor Leste
Do Diário do Grande ABC
17/04/1999 | 18:27
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O terror reina este sábado em Dili, capital do Timor Leste, onde as milícias pró-indonésias iniciaram a caça aos partidários da independência, diante da passividade da polícia e do exército, com um primeiro saldo de 30 mortos.

Segundo uma autoridade do governo, pelo menos 30 pessoas morreram este sábado, no conflito generalizado que começou depois de um desfile de milícias nacionalistas, contrárias à independência do Timor Leste, em Dili.

``Informaçoes provenientes de Dili indicam que cerca de 30 pessoas morreram até agora', disse o ex-governador geral do Timor Leste, Mario Viegas, em Jacarta. Um primeiro balanço dava conta de 8 mortos.

Um dos primeiros objetivos foi a casa de Manuel Carrascalao, veterano da luta do Timor pela independência, que albergava em seu jardim uma centena de refugiados vindos do oeste do país onde as milícias lançaram uma ofensiva no início do mês.

Seu filho Manuelito foi assassinado, segundo a família, assim como um número indeterminado de pessoas que haviam encontrado refúgio ali.

Além da casa de Carrascalao, no centro da cidade, a algumas centenas de metros do comando militar indonésio, boatos nao confirmados falam de ataques à sede do Conselho Nacional da Resistência Timoresa (CNRP), aberta quando parecia possível uma saída negociada para o conflito timorês.

Várias casas de personalidades favoráveos à independência, em especial Leandro Issac, coordenador político do CNRP, foram queimadas, assim como em vários outros pontos da cidade, por onde é impossível circular.

Pouco antes das 15h15 locais (04h15 de Brasília), um grupo de milicianos fez uma demonstraçao de força diante do Hotel Makhota, onde há vários jornalistas estrangeiros destacados para Dili. Cerca de cem tiros foram disparados contra as vidraças do hotel, onde também estao hospedados autoridades da Indonésia e comandantes do exército.

O exército e a polícia estao totalmente ausentes das ruas desta pequena localidade à beira do mar, que está totalmente paralisada pelo medo.

As milícias sao acusadas de massacres como a da igreja de Liquisa, onde morreram entre 25 e 50 pessoas. Elas recebem o apoio do exército da Indonésia, que - pelo menos em Dili - tem facilitado suas açoes há 48 horas.




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