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Domingo, 28 de Abril de 2024

Polícia francesa entra na Sorbonne e põe fim a protesto de estudantes
Da AFP
11/03/2006 | 10:31
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A polícia entrou na madrugada deste sábado na universidade de Sorbonne, em Paris, símbolo da rebelião de maio de 1968, e retirou centenas de estudantes que ocupavam o local em protesto contra o novo contrato de trabalho juvenil que o governo pretende oficializar.

Os agentes entraram na Sorbonne às 4h locais e retiraram os quase 400 estudantes, em uma ação inédita desde a rebelião estudantil de 1968. Uma hora mais tarde, a polícia dispersou cerca de 200 jovens que protestavam nas proximidades da universidade, localizada no coração da famosa "rive gauche" parisiense, prendendo 36 pessoas.

Na tarde de sexta-feira, centenas de estudantes iniciaram nos arredores da Sorbonne um protesto contra o CPE (Contrato de Primeiro Emprego), que se espalhou por metade das universidades francesas. À noite, 600 jovens entraram no prédio histórico da Sorbonne, somando-se à meia centena de companheiros que há dois dias mantinham-se entrincheirados na universidade.

Sindicatos, partidos de esquerda e movimentos estudantis se recusam a aceitar o CPE, criado pelo Executivo de centro-direita de Dominique de Villepin e ratificado na última quinta-feira pelo Parlamento, que incentiva a contratação de menores de 26 anos, mas permite sua demissão sem justificativa durante dois anos.

Segundo a Polícia de Paris, 11 agentes ficaram feridos na ação, além de um estudante e um fotógrafo. A pedido do reitor da Academia de Paris, Maurice Quénet, os policiais entraram na Sorbonne e, em 10 minutos, retiraram os estudantes. Os policiais usaram gás lacrimogêneo e cassetetes para obrigar os jovens concentrados no pátio a deixar o local.

Os estudantes tentaram resistir formando uma corrente humana e gritando slogans como "Resistência pacífica" e "Polícia nacional, milícia da capital". A presença do batalhão de choque gerou cenas de pânico, enquanto alguns estudantes tentaram impedir a passagem dos agentes atirando contra eles mesas e cadeiras.

Outros estudantes, que no momento da invasão assistiam no anfiteatro a um concerto de piano, contaram que foram retirados do local sem violência, e que saíram tranqüilamente pela parte de trás da universidade.

Segundo o primeiro-ministro francês, o CPE permitirá a redução do desemprego, que afeta 23% dos menores de 25 anos. Mas sindicatos e estudantes o consideram prejudicial por favorecer a precariedade, e programaram novas manifestações para os próximos dias 16 e 18.




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