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Profissão Cabeleireiro
Marcela Munhoz
do Diário do Grande ABC
06/11/2011 | 07:01
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Nairo Barbosa/DGABC


Quem mais para te socorrer nos dias em que o cabelo acorda como uma vassoura velha? Quem mais para detonar suas pontas duplas e levantar a moral? Só ele: o cabeleireiro. Já parou para pensar em ter essa profissão? Beatriz Pereira, 13 anos, de Santo André, e Carlana Lima, 18, de Ribeirão Pires, não só cogitaram a ideia como estão fazendo curso para trabalhar na área e, no futuro, serem donas do próprio salão. As duas cresceram vendo as mães cortar cabelo.

"Tem de ser muito bom para ganhar dinheiro", acredita Carlana, que faz curso há três meses e descobriu que adora aparar as madeixas masculinas. "Dá para fazer mais coisas diferentes, arrepiar, fazer moicano, raspar zero." Para a garota, que já terminou o 3º ano, outro diferencial é ser simpático, organizado e saber lidar com o público. "É uma grande responsabilidade, mas não é monótono. O clima é de festa."

Beatriz, no curso há sete meses, gosta mesmo do desafio de agradar as clientes mulheres. "Teve uma que não gostou da escova e o professor precisou interferir. Isso acontece." A estudante do 8º ano está conseguindo tirar um troco no curso e acompanha a mãe no trabalho dela. "É um pouco cansativo, mas gosto muito."

Para Benedito Xavier, presidente da Associação dos Cabeleireiros do Grande ABC, o começo de qualquer profissão é difícil. Ele aprendeu sozinho no interior do Paraná aos 14 anos. Quando veio para Santo André, pediu chance em um salão, enquanto trabalhava em uma fábrica. "Me deram a dica de fazer curso e até hoje não parei de me especializar, até fora do País. Comprei o salão do meu chefe anos depois. Se ninguém estender a mão, é complicado."

Ainda não há curso de graduação de cabeleireiro, só técnico. "Ajuda, principalmente, a manusear instrumentos", explica Benedito, que recomenda que os profissionais leiam bastante, corram atrás de oportunidades e nunca parem de aprender. "Hoje o mercado é mais concorrido. Só falta regularizar a profissão." A Comissão de Constituição e Justiça aprovou em setembro proposta, que foi encaminhada ao Senado.

Essenciais há séculos

No dia 3, foi comemorado o Dia do Cabeleireiro. A profissão é uma das mais antigas. do mundo. Achados arqueológicos - como pente e navalhas feitas de pedra - mostram que até os homens da Pré-História se preocupavam com as madeixas.

No Egito Antigo, há 5.000 anos, foram confeccionadas perucas sofisticadas e objetos usados para cuidar dos cabelos, que eram guardados em caixas especiais, luxuosamente decoradas. Mas, foram os gregos que tiveram a ideia de montar os primeiros salões de cabeleireiro (conhecidos por koureia). Lá, os escravos especiais, chamados de Kosmetes ou Embelezadores de Cabelo, cuidavam dos cabelos do povo. Os fios loiros eram raros e admirados. Quem não os tinha, tentava descolorir com infusões feitas com flores amarelas.

No começo do século 18, na França, as mulheres foram impedidas de mostrar o cabelo e usavam touca. Dois séculos depois, em compensação, a tecnologia chegou também no mundo dos cabelos. Em 1906, surgiu o primeiro babyliss e em 1907 um estudante de química frânces fundou a empresa L'Oreal, criando uma tintura para cobrir os cabelos grisalhos com cores naturais usando processo permanente. Grande sacada, não?

Associação dos Cabeleireiros do Grande ABC: Curso custa R$ 130 por mês e dura a partir de três meses. São 3 horas de aula por dia para quem tem acima de 13 anos. Mais informações: 4427-7317.




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