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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Governo Lula deu continuidade à política monetária de FHC
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/01/2011 | 18:43
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A escolha de um tucano para ocupar a presidência do Banco Central sinalizava que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva daria continuidade à condução da política monetária em relação ao governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso. E foi o que ocorreu.

Henrique Meirelles, que havia acabado de se eleger deputado pelo PSDB goiano, foi escolhido no fim de 2002 por Lula para assumir o comando do BC a partir de janeiro de 2003. Um dos objetivos era acalmar os mercados e mostrar que não haveria ruptura na manutenção da estabilidade inflacionária.

Para aceitar o desafio, Meirelles renunciou à sua carreira política e voltou ao mundo financeiro, em que já tinha larga experiência - havia sido diretor-superintendente de operações internacionais do Bank Boston mundial. Como se viu, ele perseguiu com unhas e dentes a estabilidade, durante os oito anos em que esteve à frente do BC, nos dois mandatos de Lula. E no primeiro ano, em 2003, a política de juros do Banco Central foi especialmente severa para que o mercado não tivesse dúvida de que o governo seguiria à risca a política de metas de inflação herdada de FHC.

O risco era de que a taxa inflacionária disparasse. Para evitar sustos, a Selic foi elevada no início do mandato para 26,5% ao ano em fevereiro daquele ano. A ideia era reduzir a demanda de consumo, para que as empresas não elevassem os preços.

O governo anunciava, na época, o compromisso também com a manutenção da política fiscal, por meio da de alto superavit primário (que corresponde à poupança de recursos que todas as esferas de governo realizam para cobrir as despesas com juros do setor público) e o câmbio flutuante, duas outras heranças do governo FHC. Em relação ao superávit, a intenção declarada era fazer cair o deficit da Previdência, ter um Orçamento sem receita extraordinária e alongar o prazo de vigência de tributos.

No entanto, ao mesmo tempo em que dava continuidade a essas três heranças, o governo Lula ampliou o crédito, que saltou de 25% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2004, para atuais 50% do PIB, conforme estudo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

JUROS REAIS - Apesar da lenta redução da Selic (a taxa básica de juros) ao longo dos dois mandatos (com algumas elevações, como em 2005, por causa de repiques inflacionários), o governo Lula se encerra, em 2010, da mesma forma como iniciou, em 2003: com a liderança mundial dos juros reais (descontada a inflação).

 




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