A nova lei fundamental finlandesa, aprovada por unanimidade em junho do ano passado, estabelece que o Parlamento, e nao mais o chefe de Estado, designe o primeiro-ministro, e que o presidente dirija a política externa e exerça o comando das forças armadas, respectivamente ``em cooperaçao' e ``de acordo' com o governo.
``Na prática, estas mudanças nao têm nada de revolucionário', considera o professor Mikael Hiden, que dá aulas de Direito administrativo na universidade de Helsinque, a qual participou na elaboraçao da nova Constituiçao.
O texto ``simplesmente ratifica uma evoluçao observada desde a década de oitenta', que assinala um reequilíbrio gradual dos poderes do presidente em benefício do governo e do Parlamento.
Quanto à política externa, a maior mudança já ocorreu com a entrada da Finlândia na Uniao Européia em 1995, já que os assuntos sao administrados, desde entao, pelo governo.
Assim, cabe ao primeiro-ministro decidir se o presidente pode ou nao participar nos conselhos europeus que reúnem, em datas pré-estabelecidas, os chefes de Estado e de governo dos Quinze.
Já na política interna, o chefe de Estado perdeu no final dos anos 80 o direito de decretar unilateralmente a dissoluçao do Parlamento. Essa dissoluçao agora só pode ser feita por meio de uma proposta do primeiro-ministro, indica o professor Hiden.
Os principais candidatos na eleiçao presidencial de domingo garantem estar dispostos a cooperar com o governo e com o Parlamento em relaçao a questoes de política estrangeira sem, entretanto, desaparecer completamente por trás da representaçao nacional.
O chefe de Estado conserva, de fato, graças à sua eleiçao por sufrágio universal direto (desde 1994), uma autoridade moral incontestável, que pode decidir exercer plenamente através de suas tomadas de posiçao e de suas propostas, considera Hiden.
Martti Ahtisaari, o atual presidente (social-democrata), que aos 62 anos nao voltou a candidatar-se, fez com que o governo estabelecesse, no início de seu mandato, em 1994, uma política vigorosa de emprego.
A ministra social-democrata de Relaçoes Exteriores, Tarja Halonen, e seu adversário centrista, Esko Aho, estao empatados na reta final da campanha eleitoral, segundo uma pesquisa do Instituto Gallup, publicada esta quinta-feira pelo jornal independente Helsingin Sanomat.
Segundo essa pesquisa, Halonen obteria 38% das intençoes de voto no primeiro turno, percentual semelhante ao de Aho. Entretanto, no segundo turno, Halonen seria eleita com dois pontos de vantagem sobre seu adversário, com 51% dos votos.
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