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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Consórcio é questionado em debate
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
24/05/2007 | 07:11
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A atuação do Consórcio Intermunicipal foi o ponto alto do segundo dia do 9º Congresso de História do Grande ABC. Durante o debate Regionalidade: Contradições Históricas e Culturais da Região, promovido pela Prefeitura de São Bernardo, os palestrantes avaliaram que as ações do órgão nem sempre levam em conta o princípio da regionalidade.

Para o diretor editorial da revista Livre Mercado, Daniel Lima, por exemplo, representantes dos municípios só se reúnem para discutir questões regionais quando há interesses de cada um deles. Mas, no momento em que um deles acha que pode ser prejudicado, o interesse regional vai por água abaixo.

Como exemplo, o jornalista citou a chamada “guerra fiscal” que “só trouxe prejuízos à região”. “Só durante o governo Fernando Henrique Cardoso perdemos 86 mil empregos com carteira assinada. Não fomos capazes de lotar uma Kombi e ir a Brasília para uma audiência com o presidente e dizer que aquela política econômica matou o Grande ABC. Onde estava o interesse regional? Em função dessa subdivisão (entre os municípios), não há coletivismo.”

Na avaliação do jornalista, a atuação regional (dos municípios no âmbito do Consórcio) também deixou a desejar na questão da Segurança Pública. “A sociedade resolveu se juntar à polícia por uma questão de sobrevivência e, se os índices de violência caíram na região nos últimos anos, isso se deve unicamente às intervenções do Estado e não por uma ação regional.”

O coordenador do Núcleo de Pesquisa Institucional em Desenvolvimento Regional da Faenac (Faculdade Editora Nacional), João Carlos de Moraes, concordou com alguns aspectos da abordagem, mas fez ressalvas. “Não temos a unidade que queríamos. Nos anos 1990, com a constituição dos fóruns regionais e integração da sociedade civil, houve maior articulação. Ainda estamos longe da maturidade institucional. Entretanto, é preciso ressaltar que a atuação regional gerou conquistas, como os planos de macrodrenagem (construção de piscinões), ampliação da malha rodoviária e a projetada construção do trecho Sul do Rodoanel”.

Já a professora de Sociologia da PUC-SP, Matilde Maria Almeida de Melo, avaliou que a crise do desemprego na região, iniciada nos anos 1990, ainda perdura. “Os efeitos da política globalizada ainda são sentidos e não em um determinado modelo (como a indústria). É preciso um plano regional de reconstrução.”

O 9º Congresso (na Emeb Santa Terezinha, Alameda Olga, 197, Centro de São Bernardo) é aberto ao público e termina sábado.




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