Moradores da Rua Harpia, no bairro Recreio da Borda do Campo, em Santo André, temem deslizamento de terra e queda de árvores em cima das casas. Isso porque o barranco de um trecho da rua começou a deslizar, entortando poste e caixas-d’água, que estão quase descendo morro abaixo. A Defesa Civil só enviou equipe ao local após ser avisada pelo Diário.

Um dos imóveis em risco é da vendedora Ana Paula Teixeira Ferreira, 32 anos. Ela mora no local com o marido e as duas filhas pequenas há cinco anos. “Parece que a terra está deslizando cada vez mais. Fico com medo de morar em um lugar onde tudo pode desabar e matar minha família.” De acordo com ela, eles estão em casa o dia todo, ou seja, expostos ao perigo 24 horas.

Com o deslizamento, o asfalto também apresenta problemas. “Os caminhões de água e ônibus não vão mais conseguir passar daqui a pouco”, diz Ana Paula.

Em 2013, a residência dela foi prejudicada por deslizamento de terra. A garagem da sua casa, que era construída um nível acima da casa, desabou junto com o morro. O muro da lavanderia, parte do telhado e as escadas de acesso à residência foram destruídos.

De acordo com a vendedora, na época a Prefeitura se comprometeu a construir um muro de arrimo, mas nada foi feito.

No local também há grande quantidade de árvores, o que preocupa os moradores. “Essas árvores podem cair a qualquer momento, ainda mais se tiver chuva forte”, destaca a dona de casa Rita Jesus, 64.

Na frente da residência de Rita, uma árvore grande está inclinando aos poucos. “Pedi para cortarem quando ainda era pequena e não fizeram. A Defesa Civil já veio aqui e não ajudou em nada. Parece que eles vão esperar uma tragédia acontecer para vir cuidar”, afirma.

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), em nota, informou que a Defesa Civil não recebeu nenhum chamado para a localidade recentemente. Com as informações repassadas pelo Diário, uma equipe foi até a via ontem à tarde e constatou o solapamento de cerca de 1 m³ de terra. Conforme a autarquia, será elaborado relatório informando o problema para os setores competentes da Prefeitura e do Semasa. Entretanto, não há risco iminente.