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Jovens são os que mais investem no Tesouro Direto
Marília Montich
Do Diário OnLine
14/07/2016 | 12:11
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Divulgação


Uma pesquisa divulgada pelo Tesouro Nacional revelou que jovens entre 26 e 35 anos são os que mais investem no Tesouro Direto, programa de negociação de títulos públicos federais para pessoas físicas por meio da internet. A faixa etária representava 34,3% dos participantes em maio deste ano contra 33% no mesmo mês do ano passado.

O levantamento ainda aponta que a maioria dos investidores é do sexo masculino (76,9%) e está concentrada na região Sudeste (68,7%).

O fotógrafo de São Bernardo Marcel Martins, 35 anos, é um dos que se encaixa neste perfil. Em dezembro de 2015 ele trocou o plano de previdência do banco para o Tesouro Direto por acreditar que, hoje, com as altas taxas de juros no mercado, esta seja uma das melhores opções disponíveis. “A vantagem é o baixo risco e ainda tenho a possibilidade de escolher os títulos que renderão de acordo com a inflação ou a taxa Selic.”

Também de São Bernardo, o advogado Fernando Bertoncello, 28, aderiu ao programa influenciado pelo pai, que viu nos títulos públicos uma alternativa à aposentadoria complementar. Mais tarde, quando foi trabalhar no mercado financeiro, o jovem se aprofundou no tema. “Acho que a maior vantagem é o custo beneficio entre rentabilidade e segurança. São títulos do governo, então as chances de não receber são bem improváveis. Além disso, no Brasil, a renda fixa tem uma das maiores rentabilidades do mundo.”

Rogério Freitas, 49 anos, se encaixa em perfil mais maduro do que Marcel e Fernando, porém não deixa de ver pontos positivos no Tesouro Direto. “Devido à instabilidade econômica atual, investir nele é ótima opção para pessoas mais conservadoras, principalmente para aquelas que estão acostumadas a aplicar na poupança e que atualmente não mantém o poder de compra”, afirma o consultor de tecnologia.

Para Marcelo dos Santos, professor da Escola de Gestão e Direito da UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), a rentabilidade é o que mais atrai os jovens ao programa. “É um investimento de longo prazo (cerca de cinco anos, no mínimo, é o recomendado). Não é para quem precisa de dinheiro agora, e o jovem é aquele que tem muito tempo para investir.”

“Eles não têm tradicionalmente o vínculo com a cultura de poupança. Trata-se de uma geração mais conectada, exposta à gama maior de produtos financeiros. Acabam sendo menos resistentes culturalmente a essa modalidade, pois enxergam os ganhos”, completa o professor de economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Volney Gouveia.

O programa - Criado em 2002, o Tesouro Direto surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos, ao permitir aplicações com apenas R$ 30. Antes dele, o investimento na modalidade por pessoas físicas era possível somente de forma indireta, por meio de fundos de renda fixa que, por cobrarem altas taxas de administração, tinham sua atratividade reduzida.

A autonomia na hora de investir é, justamente, a maior vantagem do programa. “Você elimina um intermediário nesse processo, que é o banco. De qualquer forma deve-se recorrer à corretora de valores, mas seus custos de administração são bem menores que as aplicadas pelos bancos”, explica Gouveia.

Há três opções hoje no mercado: Tesouro pré-fixado, Tesouro Selic e Tesouro IPCA. Na primeira, o valor a ser recebido no vencimento do título é estipulado previamente, enquanto que os dois últimos estão atrelados à taxa de juros e à inflação, respectivamente. Importante lembrar que no Tesouro Direto o investidor funciona como credor do governo, ou seja, é como se ele emprestasse dinheiro para o País e, daqui a um tempo, ele vai pagá-lo. No modalidade pré-fixada, o rendimento atual gira em torno de 13% ao ano nos últimos 12 meses. Já na Selic está entre 8% e 13% e na IPCA, de 11% a 18 %.

Para começar a investir, o interessado deve entrar no site do Tesouro Direto e se cadastrar.
No próprio endereço eletrônico, estão disponíveis várias opções de corretoras e a informação de quanto cobram de taxa, caso ela exista. “Há aquelas que não cobram nada. Dentre as que cobram, o custo parte de 0,10% ao ano sobre o valor investido e vai até 2%. Fora a taxa da corretora, tem os 0,30% ao ano para a Bovespa. Ainda assim, sai mais barato do que o que é cobrado pelos bancos”, lembra Santos.  




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