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Música é ferramenta de conscientização em escola da Vila Curuçá

Passeata reúne discentes da Educação Infantil ao Ensino Fundamental para falar sobre prevenção às doenças transmitidas pelo mosquito

Natália Scarabotto
Nelson Donato
especial para o Diário
12/04/2016 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


Alunos da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Maria da Penha Manfredi, localizada na Vila Curuçá, em Santo André, utilizam a música como uma das principais maneiras de conscientizar a população sobre o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus.

Com pandeiros, tambores e muita potência na voz para cantar as letras inventadas durante as aulas, cerca de 200 crianças, estudantes da Educação Infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental, fizeram passeata pelas ruas da Vila Curuçá, na quinta-feira.

A ação é parte do projeto Santo André & Os Agentes Contra o Aedes, fruto de parceria entre as secretarias municipais de Educação e Saúde que conta com apoio do Diário.

A empolgação da criançada era tão grande que nem o calor daquela tarde a desanimou. “Está muito divertido. As músicas ajudam a deixar mais legal e as pessoas prestam mais atenção na mensagem que queremos passar”, contou Isabela Siqueira, 7 anos.

Além da cantoria, os estudantes levaram faixas e cartazes e distribuíram panfletos para orientar os moradores do bairro. “É muito importante falar de como prevenir o mosquito para as pessoas. As doenças que ele passa são tristes e atingem até os bebês (no caso da microcefalia, que pode ter ligação com o zika vírus)”, afirmou João Victor Borges, 10.

Antes de ir para a rua, os estudantes realizaram atividades de pesquisa, seminário e mural durante as aulas. Todo o conhecimento adquirido nessa fase foi importante para conscientizar os vizinhos. “O mais legal de aprender foi sobre as doenças e que é o mosquito fêmea quem pica. Também aprendi que alguns sintomas da dengue são dores de cabeça e no corpo”, afirmou Letícia Marsoli de Moura, 10.

“Foi a primeira grande mobilização do tipo realizada pela instituição de ensino e os alunos aderiram à causa. Eles mergulharam de cabeça no projeto. Todas as salas de aula se envolveram nas atividades”, afirmou a assistente pedagógica da Emeief, Patrícia Mazur de Lucca.

Que ações seriam realizadas foi uma decisão dos próprios alunos, de acordo com a educadora. “Os representantes de cada sala se reuniram no conselho-mirim e, junto com as professoras, discutiram as atividades que queriam fazer e passaram para os demais colegas.”

Ainda de acordo com Patrícia, ações de combate à dengue são importantes porque “muitas crianças são de outras comunidades e eles acabam espalhando as informações sobre os riscos e também da prevenção para a família e amigos de lá”.

Apostila ajuda alunos a ter mais informações sobre a dengue


Em tempos em que a internet é vista pelos alunos como uma das principais fontes de conteúdo didático, as tradicionais apostilas demonstram que podem ajudar no ensino e na conscientização. É assim que os estudantes da Emeief José do Prado Silveira, no bairro Sacadura Cabral, em Santo André, têm estudado as maneiras mais eficazes de combater a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus.

O material foi desenvolvido graças a pesquisa feita pelos estudantes que, após levantarem informações a respeito do vetor das doenças, levaram até a professora Karla Grazielle Garcia Casanova, que montou a sequência de atividades.

Segundo a educadora, o resultado não poderia ter sido melhor. Além do bom desempenho na resolução dos questionamentos, as crianças desenvolveram senso crítico e propagaram o que aprenderam em suas vizinhanças. “Os alunos estão engajados. Eles têm muito interesse e vontade de colaborar e se informar sobre o assunto.”

O próximo passo da iniciativa é sintetizar as principais informações contidas na apostila em um panfleto, que será distribuído pelas ruas do Sacadura Cabral. “Quando tivermos este material em mãos, minha turma e eu sairemos pelas ruas do entorno da escola para fazer a panfletagem. Se tudo der certo, iremos até a feira que acontece no bairro para conscientizar as pessoas e também para comer pastel.”

Além das atividades realizadas na escola, os estudantes têm aplicado o conhecimento assimilado onde moram. A aluna Maiara de Jesus Lima, 10 anos, conta que, junto com suas amigas, produziu folheto que distribuiu nas redondezas de sua casa. “Decidimos ajudar a vizinhança, então, junto com panfleto, entregamos a semente de uma espécie de flor que atrai libélulas, que são predadoras do Aedes aegypti.”

Apesar da boa vontade, Maiara conta que sofreu represálias dos vizinhos. “Depois que distribuímos (os panfletos), jogaram água e frutas em nós. Mas não vamos desistir.”

O estudante Rick Jerônimo, 10, detalha que precisou improvisar para destruir um possível foco do mosquito. “Em frente à minha casa tem uma caixa-d’água destampada. Como a tampa é muito pesada para empurrar, joguei cloro na água que tem ali para não deixar o Aedes (aegypti) colocar os ovos. Estou gostando muito de participar deste projeto.”
 




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