Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Economia
>
Empresas
Produção industrial paulista cai 3,2%

Resultado é pior do que média nacional; setor automotivo é preocupação para 2012

Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
08/02/2012 | 07:06
Compartilhar notícia


A produção da indústria paulista declinou em dezembro. A queda ficou acima da média nacional - de 1,2% - ao cair 3,2% em relação ao mesmo mês de 2010. No acumulado do ano, o ritmo praticamente estagnou e subiu 0,2%. O aumento de dezembro contra novembro atingiu 0,3%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No setor automotivo, o Estado ficou bem abaixo dos índices registrados no Rio de Janeiro - Estado com maior alta no mês nessa indústria, de 32,7%. Enquanto aqui a queda na produção foi de 11,7%.

Somando todos os polos do País, o setor de veículos automotores cresceu de forma tímida em dezembro contra dezembro de 2010 (2,1%). Foi a menor expansão entre os grupos analisados pelo IBGE que apresentaram crescimento.

Na região, o resultado foi menos amargo, segundo as Ciesps (Centros das Indústrias do Estado de São Paulo). Porém, a preocupação se volta para o setor automotivo por ser o motor industrial nas sete cidades. A estimativa dos diretores é que o segmento deva experimentar momentos mais conturbados neste ano.

A indicação é de agravamento da má situação do setor de autopeças, que vem perdendo competitividade para componentes importados, que equipam automóveis brasileiros a custos mais baixos.

Mas segundo o chefe do Ciesp Diadema, Donizete Duarte da Silva, isso não significa queda nas vendas de veículos, até porque a estimativa é de crescimento brando nas vendas.

"Mas esse aumento de comercialização não será motivo de comemoração das autopeças, principalmente as do Grande ABC. Se fala em incentivar vendas, mas sem perspectivas de investimento na melhoria das condições de trabalho e competitividade, não será possível alcançar vendas mais expressivas."

Por outro lado, o diretor defendeu que ainda assim há falta de competitividade na produção nacional em relação aos importados.

O vice-diretor do Ciesp São Caetano, William Pesinato, contrapõe que a indústria automotiva - especialmente montadoras - conseguiu contornar a nova onda de crise internacional sem resultados muito amargos.

Contudo, o abalo financeiro ainda deve ser mantido no topo das preocupações. Isso porque além do mercado interno, o setor também explora a América Latina e o Leste Europeu; esse último está mais cauteloso para investir as fichas nos automóveis. "A preocupação aqui não é tanta, mas no cenário externo falta a bola de cristal que permita avaliar melhor o futuro. Está tudo muito incerto. Se piorar, vamos ser muito afetados."

As pequenas empresas de componentes da cadeia automobilística sofrem mais com a importação. O agravante é a elevada carga tributária que duela junto à crise e derruba a capacidade de o setor se revigorar, segundo Pesinato. A consequência é a redução da massa de empregados no setor automobilístico.

Assim, os índices de emprego devem sofrer com o panorama. Silva destaca como agravante a falta de emprego qualificado que solidifique o setor, o que via de regra deveria ocorrer nas montadoras. "Temos visto na região alta de faturamento às custas de importação, e não via abertura de vagas de emprego de qualidade que melhorem a produção",

 

Parlamentares discutem projetos em favor da indústria

 

Parlamentares convergiram na necessidade de votar medidas que aumentem a competitividade das empresas brasileiras e evitem o processo de desindustrialização (perda de participação da indústria na economia). O consenso ocorreu na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria), ontem, em seminário promovido pela entidade.

Foi lembrado que a participação da indústria na produção e geração de emprego no Brasil caiu de 23% para 11% nos últimos cinco anos. Uma série de projetos, avaliados pela CNI, devem ficar prontos e serem anunciados até o fim de março, segundo a entidade. A partir daí, os parlamentares poderão votar as propostas.

O seminário reunirá hoje 250 dirigentes e técnicos das indústrias e 52 associações nacionais setoriais. Serão eleitos 100 projetos prioritários, dentre 794, a serem discutidos na 17ª edição anual da Agenda Legislativa da Indústria.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.