"Compartilhamos com o Vietnã a visão de que a reforma das Nações Unidas deve abranger, além do Conselho de Segurança, a Assembléia Geral e o Ecosoc (Conselho Econômico e Social). O Brasil defende um Conselho de Segurança reformado, com países desenvolvidos e em desenvolvimento entre os membros permanentes", disse Lula, durante almoço fornecido à comitiva vietnamita, nesta quarta-feira.

Além da ONU e seus problemas, os dois presidentes trataram também sobre as questões comerciais que envolvem os dois países. Lula voltou a declarar o seu apoio incondicional à entrada do Vietnã na OMC (Organização Mundial do Comércio). "É com grande satisfação que o presidente Tran e eu anunciamos a conclusão das negociações bilaterais entre nossos países no âmbito da ascensão do Vietnã à OMC", afirmou.

Na realidade, Lula enxerga no governo vietnamita mais um aliado na busca por maior igualdade nas relações comerciais entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. "Espero que o Vietnã, ao completar seu processo de ascensão à OMC, possa oferecer sua contribuição na busca de uma nova geografia comercial", disse o presidente brasileiro. Para um país ingressar na OMC é necessário que ele conquiste a assinatura de, pelo menos, 145 países membros.

Mais especificamente sobre o relacionamento entre Brasil e Vietnã, Lula acredita que as duas nações ainda podem se aproximar. Lula lembrou que apesar de o comércio entre os países ter crescido nos últimos quatro anos, está longe de atingir todo o seu potencial. No ano passado, o intercâmbio Brasil/Vietnã somou US$ 47 milhões e neste ano já ultrapassa os US$ 50 milhões.

A exploração de novos setores comerciais por parte dos empresários brasileiros e vietnamitas também foi estimulado pelo presidente do Brasil. Esta é a segunda vez que um presidente do Vietnã visita o Brasil: o primeiro foi Le Duc Anh, em 1995. As duas nações comemoram 15 anos de relações diplomáticas.