O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), disse ontem que vai fazer pesquisa de opinião para avaliar quem será o vice no projeto de reeleição e para analisar os efeitos que a indefinição do atual dono do cargo, Frank Aguiar (PTB), pode ter no eleitorado.

Após declarar em outubro que não disputaria a reeleição com Marinho, o petebista mudou o discurso e agora se coloca à disposição do petista. Sem dar detalhes, o prefeito disse que a pesquisa será feita no fim do semestre, perto do prazo legal para definição do nome. "Isso (escolha do vice) está em aberto. Estava totalmente fechado antes de o Frank anunciar que não desejaria continuar. Agora eu preciso, no mínimo, fazer uma pesquisa de opinião para saber o que isso refletiu, por que pode tirar credibilidade. Alguém fala que vai, mas não vai, não vai, mas vai...", justificou.

As idas e vindas de Frank conturbaram um quadro que se mostrava definido, colocando em xeque a manutenção da chapa vitoriosa na eleição passada. Apesar de o presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, defender ferrenhamente a repetição da dobrada, Marinho deixou claro que, a partir de agora, as conversas com os petebistas começam do zero.

Embora se mostre disposto a discutir a possibilidade de chapa pura, o chefe do Executivo voltou a minimizar as chances de ser consumada. "Existe 95% de possibilidade (do vice) de não ser do PT. A depender de mim não será, não porque sou contra, mas para acabar com qualquer dúvida sobre 2014 (em que é cogitado para ser canddiato do PT ao governo do Estado) e também para ser um governo com aliança ampla."

De olho nas movimentações dos adversários, Marinho considera difícil a consolidação de aliança entre PSDB e PPS no fronte adversário, Marinho disse ainda que não sabe se o deputado estadual popular-socialista Alex Manente será aliado ou adversário nas urnas em 7 de outubro, mesmo ele descartando enfaticamente a parceria. "Isso só as convenções vão dizer", considerou o petista.

EMBRAER

Em meio às movimentações políticas, o chefe do Executivo esteve sexta-feira, em São José dos Campos, em visita à Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica). O petista mantém em sigilo os objetivos. "Conversei várias coisas específicas, mas não vou dizer."

Apesar de desconversar, Marinho pleiteia um aeroporto de carga para o Grande ABC e participa ativamente da discussão sobre a compra de 36 caças pelo governo brasileiro.

GCMs de S.Bernardo cobram reposição salarial do governo

Os profissionais da GCM (Guarda Civil Municipal) de São Bernardo querem a revisão do estatuto da categoria e a readequação nos salários dos profissionais.

O vencimento atual de um integrante da corporação é de R$ 1.130,30, mais gratificação de R$ 354, totalizando R$ 1.484,30. Representantes do Sindsev (Sindicato dos Servidores Municipais) vão se reunir hoje com o secretário de Administração e Modernização Administrativa, José Agnaldo Beghini de Carvalho, para discutir as reivindicaçoes da categoria.

"São Bernardo tem o sexto PIB (Produto Interno Bruto) industrial do País e paga um dos piores salários do Estado", disse o presidente do Sindserv, Giovane Chagas. Ele usa como comparativo os vencimentos dos GCMs de São Caetano, cujo piso salarial é R$ 698,39 mas a gratificação é de R$ 1.094,96, totalizando R$ 1.793,35.

Após a reunião com o secretário, o Sindserv realizará assembleia com os GCMs para deliberar o assunto. Se não se chegar a um consenso, a possibilidade de paralização não é descartada. "Buscamos o diálogo, se não chegarmos a uma definição, vamos mobilizar a categoria", adiantou Chagas.

Essa não é a primeira vez que o sindicato cobra o Paço. Com a indefinição sobre a consolidação do PCCR (Plano de Cargos Carreira e Remuneração), o embate entre governo e entidade tem se tornado frequente.