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Domingo, 28 de Abril de 2024

Antes de ser candidato, Nelson Braido está vetado
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/02/2011 | 07:13
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Nem ao menos conseguiu construir sua primeira candidatura, a possibilidade já é vetada. Um dos principais cotados para suceder a cadeira do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), pode ser considerado carta fora do baralho. O empresário Nelson Braido (PP), que é presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano do Sul), é impossibilitado de receber a indicação por ser cunhado do petebista - é casado com Cláudia, irmã do chefe do Executivo.

De acordo com o jurista e especialista em Direito Eleitoral Tito Costa, pela Constituição Federal, Nelson se torna inelegível nos termos do artigo 14 parágrafo 7º (no território da jurisdição do titular (prefeito) o cônjuge e os parentes consaguíneos até o 2º grau e afins). "Caso tente postular a vaga, haverá pedido de impugnação no registro de candidatura no tribunal eleitoral ou no Ministério Público."

O advogado e também especialista em direito eleitoral Leandro Petrin corrobora com a prerrogativa. Segundo ele, no caso de 2º grau ele é parente por afinidade, adoção. "Com isso, ele não tem chance legal de ser o sucessor direto. A lei veda na questão inegibilidade candidatos com grau de parentesco."

Para Tito, a única condição do progressista pleitear o posto seria se Auricchio renunciasse sua cadeira no Palácio da Cerâmica com seis meses de antecedência às eleições municipais - que ocorrerá em outubro de 2012. "Neste sentido, cessaria a lei de inegibilidade. Seria possível passar desta forma para emplacar seu candidato, mas varia conforme o entendimento. Ficaria sujeito à Justiça. É uma hipótese."

Segundo o jurista, houve ocasião no processo eleitoral de divórcio para obtenção de benefício próprio. "A Justiça enquadra enquanto durar o cunhadilho. Só que existiu caso em Bragança Paulista (SP)em que o político se separou de mentira da mulher para se beneficiar. Uma vez detectado ser dolosa a ação de desquite forjado, a lei pune."

Sobrinho do ex-prefeito Walter Braido, que morreu em 2008 e por três gestões administrou a cidade, Nelson minimizou o fato e disse nunca foi a fundo para saber sobre o assunto. "Sinceramente não sei se posso. Não conversamos para verificar a chance. A questão (da indicação) é íntima que passa pelo prefeito. Está distante qualquer candidatura. Fico contente de ser mencionado, mas nunca teve nada de certo. São muitas pessoas envolvidas no processo."

Apesar da saída pela tangente, em entrevista ao Diário em dezembro de 2009, Nelson em nenhum momento negou a intenção de comandar o Palácio da Cerâmica no futuro e afirmou que iria "analisar com muito carinho as questões políticas, um caminho a ser traçado". Vice-presidente do PP, ele vinha tendo o nome constantemente ventilado nos bastidores como sendo o eventual indicado de Auricchio.

A manobra do grupo para que ele entrasse para o ambiente que consagrou a família foi tomada após a regularidade dos empreendimentos que está à frente e sua boa relação com o empresariado e classe política do município.




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