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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Política
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Debate sobre identidade de gênero
Petistas cogitam representação no partido contra Marinho

Estatuto do PT obriga que militante tenha de defender diversidade

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
01/02/2016 | 07:00
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Grupos internos no PT descontentes com a postura do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), sobre o debate da ideologia de gênero na cidade cogitam denunciar a posição do petista ao comando da legenda por descumprimento do estatuto do partido. O caso pode até mesmo parar na comissão de ética do PT.

Marinho divulgou vídeo no dia 22 antecipando projeto de lei que vai encaminhar à Câmara com vedação explícita à ideologia de gênero nas escolas da cidade – municipais, estaduais e particulares. O texto, segundo ele, serve para “corrigir” emenda aprovada pelos vereadores ao PME (Plano Municipal de Educação), que proíbe o ensino de diversidade sexual nos colégios municipais. A alteração ao plano já foi vetada pelo prefeito e irá para votação dos parlamentares depois de amanhã.

Integrantes dos setoriais de mulheres e de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) do PT entendem que, com o vídeo de apoio ao fim da ideologia de gênero na rede pública, Marinho feriu o inciso 2º do artigo 14º do estatuto do partido. “São deveres do filiado ou da filiada combater todas as manifestações de discriminação em relação à etnia, aos portadores e às portadoras de deficiência física, aos idosos e às idosas, assim como qualquer outra forma de discriminação social, de gênero, de orientação sexual, de cor ou raça, idade ou religião”, diz a citação.

A polêmica sobre o tema já foi parar na instância nacional do petismo. A secretaria de mulheres do PT publicou nota repudiando a atitude de Marinho. O mesmo aconteceu com o setor feminino da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nacional. Há quem diga no PT que o episódio tem estremecido a influência de Marinho no partido – poder esse construído muito pela amizade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A comissão de ética do PT pode advertir Marinho ou, em caso extremo, recomendar a expulsão do prefeito da sigla (muito difícil de acontecer por não se tratar de tema envolvendo desvio de conduta, por exemplo).

Na semana passada, Marinho reuniu a base governista e cobrou aprovação do veto às emendas parlamentares no PME e também ao futuro projeto de lei com vedação à ideologia de gênero nas escolas. Aos parlamentares, relatou que a modificação patrocinada pela Câmara abria brechas nas redes estadual e privada – especialista, contudo, apontou que a proposta do petista é inconstitucional por versar em âmbito no qual um prefeito não pode se intrometer.

Para alguns petistas, o chefe do Executivo disse que o projeto que vai encaminhar ao Legislativo não vai impedir o ensino à diversidade sexual, apenas vedar a ideologia de gênero que, segundo ele, é termo criado por evangélicos e da direita. Até agora, não conseguiu convencer todos os vereadores e muitos militantes. 




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