Órgão encaminhou ofício para administração de
Ribeirão, que deve ser respondido em até 15 dias
O MP (Ministério Público) já sinaliza entrar com inquérito para impedir a demolição da Fábrica de Sal de Ribeirão Pires. Ontem, dia em que o Diário publicou denúncia sobre a gestão Saulo Benevides (PMDB), que planeja destruir o patrimônio histórico para construir shopping ou empreendimento imobiliário, o MP enviou à Prefeitura ofício para que a administração responda o que pretende fazer na área.
Conforme o MP, caso o Executivo informe que deve demolir o imóvel, o inquérito será instaurado. A votação para decidir o futuro do edifício histórico vai acontecer na segunda-feira, na sessão da Câmara.
A partir do momento em que receber o documento, a Prefeitura tem 15 dias para se manifestar. Questionada pelo Diário, a administração disse que até o fim da tarde de ontem não tinha recebido nada.
O promotor de Justiça Abner Castorino Dias também se reuniu com representantes do Conselho de Patrimônio da cidade para discutir o assunto. A orientação foi que os integrantes solicitem que a Prefeitura faça audiência pública para explicar com transparência o que vai ser feito no local.
Segundo o presidente do conselho, Maurício Tintori Siqueira, o MP se mostrou disposto a ajudar. “Eles nos ouviram e foram receptivos. Também vamos atrás de mais documentação, porque queremos reunir o máximo de informações sobre a fábrica.”
O Diário procurou o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão do patrimônio do Estado, para esclarecimentos sobre o processo de tombamento, que foi iniciado em agosto. O conselho informou que recebeu pedido de abertura de estudo que originou dossiê preliminar, atualmente em análise no setor técnico da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico. “Somente após a análise técnica o dossiê será encaminhado para o Condephaat, que irá decidir pela abertura ou arquivamento do processo de tombamento. Enquanto tal estudo não for aberto, não há restrição para intervenções no imóvel”, informou.
HISTÓRIA – O prédio, localizado no Centro Alto, é o mais antigo do Estado, com 117 anos, e não 128, como o Diário havia publicado na edição de ontem. Ele foi construído pelos irmãos Maciotta, italianos que trouxeram tecnologia inédita no País ao moinho de trigo, que operava utilizando engenharia a vapor. Após falir, na década de 1960, passou a funcionar como uma fábrica de sal.
A Prefeitura informou que tem interesse em atrair investidores para o local, que pode abrigar grande empreendimento, como condomínio ou shopping center. A intenção é que a chaminé e o portal sejam mantidos. Segundo a administração, ambos estariam tombados, porém, o Diário apurou que a informação não procede, já que não há registro de tombamento ou impugnação de ambos.
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