Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Sábado, 27 de Abril de 2024

Política
>
Diadema
Ação de Lauro contra Reali empaca

Há três anos MP investiga se petista deixou dívida de
R$ 48,6 mi com apenas R$ 617 mil em restos a pagar

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
19/01/2016 | 07:00
Compartilhar notícia
Orlando Filho/DGABC


A ação movida pelo prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), contra seu antecessor e rival político, Mário Reali (PT), há quase três anos, por improbidade administrativa, segue nas mãos do Ministério Público ainda sem resolução. Em fevereiro de 2013, pouco mais de um mês depois de tomar posse no Executivo diademense, Lauro encaminhava à Justiça denúncia contra Reali, por deixar a administração com R$ 617 mil em caixa e R$ 48,6 milhões em restos a pagar. O verde enquadrou o petista, que governou a cidade entre 2009 e 2012, na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), que proíbe ao gestor público transferir dívida ao sucessor sem verba empenhada.

Procurado pelo Diário, o Ministério Público apenas informou que “não comenta investigações em curso”, sem detalhar o andamento de todo o processo.

Lauro evitou criticar diretamente a Justiça, mas revelou que esperava por mais celeridade com evolução da ação. O chefe do Executivo descreveu que o deficit nos cofres públicos dificultou inúmeras intervenções no município, detalhando a existência de outras dívidas herdadas da gestão Reali.

“Ao assumir a Prefeitura me deparei com um montante de aproximadamente R$ 100 milhões a pagar. Tinha muito atraso com o pagamento de fornecedores. Ele devia praticamente tudo, em vários setores. Um exemplo é o setor previdenciário. Em 2013, renegociei e acertei muita coisa, o que atrasou muitas ações”, pontuou.

Na época, o verde e o petista inflamaram discussão em torno dos números. Reali garantiu ter deixado R$ 98,9 milhões à disposição de Lauro, que rebateu. “A verba que tinha estava vinculada com o governo federal, ou seja, não podia usar. Ficou bloqueada porque não tinha aprovação da CND (Certidão Negativa de Débito)”, afirmou.

O tom crítico contra Reali foi endossado por Lauro ao informar que o passivo da administração beira R$ 1 bilhão. O chefe do Executivo adicionou culpa também ao ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), que administrou a cidade por três gestões (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008). “O Filippi é o maior responsável por toda essa desandada do município. O Reali foi sua própria vítima. É importante frisar tudo isso, porque estou há três anos buscando equilibrar as contas, mas herdando resíduos e irresponsabilidades financeiras deixadas há 15 anos. Procuramos no meu governo quitar muita coisa, mas a crise financeira também nos atrapalhou bastante. Vamos seguir avançado e com vontade limpando o nome. Conseguimos resolver a questão da Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema), que muitos achavam impossível”, disse.

Em novembro de 2013, o governo Lauro acertou a venda da Saned para a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em convênio de 35 anos. A antiga autarquia de Diadema já contabilizava dívida de R$ 1,1 bilhão com a companhia estadual. O acordo ainda previa investimento de R$ 95 milhões ao município.

Reali não foi localizado para comentar o assunto. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.