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Sábado, 27 de Abril de 2024

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Editorial
Endividados
Do Diário do Grande ABC
06/01/2016 | 08:27
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Aline Pietri/DGABC


Vítima de uma das crises financeiras mais tenebrosas dos últimos tempos, acentuada após a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o brasileiro torcia pelo fim de 2015, que vai passar para a história como o ano em que o Brasil, economicamente, andou para trás. Pois 2016 chega com péssima notícia. Levantamento realizado pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) mostra que exatamente metade das famílias paulistanas está envididada.

Em números absolutos, o total de devedores passou de 1,5 milhão para quase 1,8 milhão de famílias em 12 meses. Crescimento de 6,9 pontos percentuais, atingindo os 50% em dezembro. Os dados se referem à Capital, mas não é difícil observar que a situação se estende para todo o Estado, e ao País. A verdade é que boa parte dos brasileiros não consegue mais honrar seus compromissos financeiros em dia, seja pelo desemprego crescente, pelas altas taxas de juros ou pela inflação, que voltou a assombrar a Nação ao atingir dois dígitos.

O endividamento da população nacional é fruto da política de crédito fácil idealizada pela equipe econômica do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir de 1º de janeiro de 2003. Estimulados pelo governo, os bancos abriram seus cofres, sempre com aqueles juros extorsivos característicos do mercado nacional, a consumidores ávidos por adquirir veículos zero-quilômetro e equipar suas residências com as últimas novidades do mundo tecnológico.

Com mensalidades que cabiam no bolso, aderiram ao crediário como se não houvesse amanhã. Passado pouco mais que uma década, a conta chegou. Não sem antes ter enriquecido ainda mais os banqueiros. Setores da indústria, do comércio e de serviços, por sua vez, entraram em colapso tão logo as fontes de financiamento secaram. Resultado, claro, do cidadão que, envididado até os dentes, deixou de consumir. Eis a herança da política econômica equivocada: metade da população endividada e com pouca esperança de dias melhores.  




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