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Terça-Feira, 30 de Abril de 2024

Montadoras podem abandonar estratégia no Mercosul
Do Diário do Grande ABC
24/01/2000 | 15:56
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Se os governos do Brasil e Argentina nao conseguirem fechar acordo para o regime automotivo do Mercosul as montadoras vao ter que reavaliar toda a operaçao na regiao. A informaçao é de fontes do setor. Nenhum executivo fala abertamente sobre o assunto. Mas, sem acordo, as empresas da cadeia automotiva vao abandonar a idéia de bloco e o critério para instalar as linhas de produçao será custos.

Nessa briga, o Brasil leva vantagem. Os argentinos endureceram nas reunioes da primeira rodada de negociaçoes da equipe do governo De la Rúa com os brasileiros porque sabem que a Argentina está em desvantagem na comparaçao de custos de produçao. "Sem dúvida alguma eles têm medo que nós desloquemos as linhas para o Brasil", disse uma fonte da indústria.

Segundo os dirigentes das montadoras, a situaçao estaria muito pior se a ausência de acordo resultasse na taxaçao dos veículos e peças no intercâmbio comercial Brasil-Argentina. Ao estender o acordo transitório ao longo de todo o primeiro semestre, os governos dos dois países deram à indústria tranqüilidade para manter a divisao das operaçoes, mesmo que algumas linhas já tenham sido transferidas para o Brasil.

O que preocupa o governo argentino é a queda do tamanho do seu superávit na balança comercial automotiva com o Brasil. A diferença entre exportaçoes e importaçoes de carros e peças no intercâmbio com o Brasil foi de US$ 387,49 milhoes em 1997 em favor da Argentina. No ano seguinte, o superávit argentino foi para US$ 594,4 milhoes. No ano passado caiu para US$ 123,6 milhoes. Na primeira rodada de negociaçoes, a delegaçao argentina bateu de frente na questao dos incentivos fiscais. Embora essa parte da discussao nao tenha sido detalhada à imprensa, a reabertura de inscriçoes para um novo regime automotivo especial para as regioes Norte, Nordeste e Centro-Oeste, criado pelo governo brasileiro para colocar a fábrica da Ford na Bahia, foi um dos pontos levantados pelos argentinos para argumentar que no Brasil o setor automotivo recebe mais benefícios.

Foi por isso que as partes decidiram contratar uma empresa de auditoria para averiguar se um dos dois países concedeu mais incentivos às montadoras para instalaçao de fábricas de veículos. Com o levantamento dos incentivos, os negociadores poderao deliberar por compensaçao em favor do país em desvantagem.

Depois de sete meses de infrutífera negociaçao entre Brasil e o governo de Carlos Menem, os dois países vao levar agora mais 45 dias para contratar a consultoria. Esta empresa terá prazo de mais dois meses e meio para elaborar a pesquisa. A partir daí, os dois governos estipularam mais 90 dias para concluir as negociaçoes.




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