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Descriminalização
Marcha da maconha será em 26 de maio
Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
25/01/2012 | 07:00
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Cris Faga/AE


O grupo Acorda ABC, formado por jovens da região, vai realizar a marcha da maconha na região no dia 26 de maio. A manifestação sairá da Praça da Moça, em Diadema, às 13h. O destino final da caminhada ainda não foi definido. A divulgação já foi iniciada em algumas redes sociais e a expectativa é reunir cerca de 400 simpatizantes da descriminalização da droga.

A passeata será promovida na semana seguinte ao evento da Capital, na Avenida Paulista. "A marcha da maconha no Grande ABC foi idealizada para acontecer em 2011. Como tivemos diversas dificuldades para desenvolver o evento na Capital, decidimos adiar para este ano", afirmou Bruno Logan, um dos líderes do grupo.

Nos últimos anos, o movimento tem gerado confusão. Em maio de 2010, uma pessoa foi detida por incitação ao crime durante o evento realizado no Parque do Ibirapuera. No mesmo mês do ano passado, três jovens foram presos na Avenida Paulista, suspeitos de fazer apologia às drogas. Eles carregavam cartazes convocando as pessoas a participar da marcha.

O Supremo Tribunal Federal garantiu, em junho, o direito de cidadãos realizarem manifestações pela descriminalização e legalização (entenda a diferença no texto ao lado) de drogas em todo Brasil. Desde então, a Justiça não pode proibir esses eventos com base no argumento de que os protestos fazem apologia ao crime.
Segundo Logan, a intenção é promover o dialogo sobre o uso e descriminalização da erva no Grande ABC. "O motivo que nos levou a tentar desenvolver o evento aqui é justamente o fato da necessidade de levar a discussão do fracasso da guerra às drogas para todo o Brasil. E o Grande ABC não pode ficar fora disso", disse Logan.

A Polícia Militar informou que tem ciência da possibilidade da marcha ser realizada na região, mas ainda não foi notificada oficialmente sobre data e local. "Se for organizada dentro da lei, não haverá repressão", afirmou o coronel José Belantone Filho, comandante interino da Polícia Militar na região. 
Os prefeitos da região se manifestaram totalmente contra a realização do evento. "Temos que coibir a distribuição e produção. Não terá repressão, nem apoio, a este movimento", declarou Mario Reali, prefeito de Diadema, onde acontecerá a marcha.

Oswaldo Dias, Clóvis Volpi e Luiz Marinho, prefeitos de Mauá, Ribeirão Pires e São Bernardo respectivamente, também deram declarações de repúdio à manifestação. Aidan Ravin, José Auricchio Junior e Adler Kiko Teixeira, gestores de Santo André, São Caetano e Rio Grande da Serra foram procurados pela equipe do Diário para falar sobre o tema, mas não retornaram os contatos.

O defensor público coordenador auxiliar da unidade Diadema, Leandro de Castro Gomes, afirma que é a favor do evento e da descriminalização da droga. "Qualquer manifestação pacífica que retrate a discussão de ideias demonstra o amadurecimento das instituições brasileiras. Não à toa, o STF autorizou esse tipo de movimento", disse.

Descriminalização é diferente de legalização

Um dos principais pontos de discussão que a marcha da maconha pretende abordar é a descriminalização da droga. Porém, este ainda é um tema que gera dúvidas na população: qual a diferença entre descriminalizar, liberar e legalizar o consumo da erva?

O defensor público coordenador auxiliar da unidade Diadema, Leandro de Castro Gomes, explica o propósito de cada ação. "A descriminalização busca a retirada da uso da maconha do âmbito penal, ou seja, que o flagrante não resulte em aplicação de sanções gravosas e não implique em reincidência ou maus antecedentes. A liberação pode ser entendida como o consumo sem qualquer tipo de restrição ou condicionante. Já a legalização é justamente o meio termo, isso é, um consumo regulado, sob certos requisitos e condições", relatou.

Os efeitos da maconha também se tornaram algo controverso. "Não existe conclusão definitiva sobre isso. A ação não é totalmente esclarecida. Causa dependência, mas não como drogas mais fortes. O uso da substância em excesso resulta em perda da percepção e dificuldade em interpretar certas coisas. Ninguém garante que a pessoa fuma uma vez só e fica viciada. Depende de cada organismo", explica o químico Ricardo de Andrade.




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