O grupo pefelista ligado a Roseana pede a saída imediata de seus ministros do governo de Fernando Henrique Cardoso. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, admitiu neste sábado que pode antecipar sua saída no ministério já nesta segunda-feira.
O ex-senador Antonio Carlos Magalhães afirmou que, diante da invasão policial da empresa de Roseana, fica evidente que uma possível aliança entre José Serra, candidato do PSDB, e a governadora está descartada. "Não vamos nos intimidar e, sem dúvida, ficamos cada vez mais distantes do PSDB", afirmou o ex-senador. "Ninguém vai tirar a Roseana do páreo."
O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC), também acusou o governo de estar envolvido na ação. Para ele, a invasão foi "absurda, com evidente intuito político de prejudicar a imagem da governadora Roseana Sarney".
No entanto, ele afirmou que, como presidente do partido, não pode pregar o rompimento com o governo. Ele afirmou que qualquer atitude oficial, se tomada, será decidida na quinta-feira, quando a executiva nacional do partido se reúne em Brasília.
O PFL vincula a operação comandada pela Polícia Federal e autorizada pela Justiça Federal de Tocantins a uma tentativa do PSDB e de integrantes da base governista, entre eles o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, de derrubar a candidatura da governadora, líder nas pesquisas de intenção de voto.
O ministro negou a acusação e afirmou que a Polícia Federal cumpriu a ordem judicial. "Absurdo seria a Polícia Federal não cumprir a decisão judicial", defendeu. Ele lembrou que a PF obedeceu decisão da Justiça Federal de Tocantins, que investiga fraudes na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). "A Polícia Federal é a polícia judiciária", disse Aloysio. "Portanto, cabe a ela cumprir as decisões da Justiça Federal."
Aloysio se mostrou indignado com as insinuações de Roseana e do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, de que a ação teria fundo político. "Enquanto eu for ministro, a PF não vai servir de instrumento de perseguição e nem de favorecimento político. Doa a quem doer", rebateu.
O ministro admitiu que sabia da operação, mas afirmou que não viu necessidade de consultar o presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o assunto. Para Aloysio, a ação foi absolutamente normal dentro de um estado democrático.
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