A queda na projeção ocorreu após a forte retração da economia brasileira no segundo trimestre do ano. Segundo o IBGE, o PIB no segundo trimestre caiu 1,6% em relação ao primeiro e 1,4% na comparação com o mesmo período de 2002.

Os números foram rechaçados pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega, que prevê um crescimento maior para o país neste ano. "No atual momento a economia já está em fase de reativação. O primeiro semestre foi de ajuste, em que havia a necessidade de um desaquecimento. Agora já temos um nítido sinal de recuperação em vários setores, como varejo, eletroeletrônicos e uma pequena recuperação na taxa de emprego", avaliou.

De acordo com Mantega, os números refletem o passado, já que a análise é sempre comparada ao mesmo período do ano passado. "Estamos olhando para o retrovisor. Na verdade já começamos a crescer. Há um aquecimento da economia que já começou no segundo semestre que não está sendo captado por este dado", completou.

O Ipea também reviu para baixo a projeção para o consumo das famílias brasileiras. A projeção passou de alta de 0,2%, em junho, para queda de 2,1%. Para 2004, o Ipea prevê consumo das famílias em 3,9%, contra 3,8% previstos no último relatório.

As estimativas para investimentos também caíram, passando de 0,7% para -4,6%. A projeção do desempenho da indústria no PIB também foi reduzida, passando de um crescimento de 1,8% para uma queda de 1%.

O estudo do Ipea também estima, porém, que a inflação deve cair de 11,5% para 9,2%. O saldo da balança comercial deve passar de US$ 17,2 bilhões para US$ 19,3 bilhões. As projeções para o câmbio foram mantidas, com o dólar em R$ 3,20.

Para 2004, a projeção da inflação caiu de 7,4% para 6,3%. O saldo da balança deve cair de US$ 17 bilhões para US$ 16,3 bilhões e o câmbio pode cair de R$ 3,4 para R$ 3,3.