Nova reunião entre comissão de demitidos da fábrica da General Motors de São Caetano com representantes da direção da montadora frustrou as expectativas dos trabalhadores cortados em julho. Após mobilização de 19 dias em que funcionários desligados e em lay-off – há cerca de 400 suspensos até setembro – ficaram acampados em frente à unidade fabril, a empresa havia aceitado discutir a possibilidade de reintegração de pelo menos parte dos 419 que tiveram o contrato rescindido no mês passado.

Ontem, porém, segundo integrantes da comissão, a companhia disse que apenas 16 casos foram analisados, de uma lista de 159 nomes passados para avaliação, de pessoas que querem ser readmitidas. E esses 16, que teriam sido escolhidos por bom desempenho enquanto atuavam na unidade fabril, ainda não serão reintegrados. “A empresa disse que eles vão entrar em lista de espera e, quando o mercado melhorar, terão prioridade”, afirmou Miguel Rodrigues, integrante do grupo de demitidos que negocia com a GM.

Na lista de 159 nomes, há diversos casos de pessoas com doenças profissionais ou prestes a se aposentar, as quais, em ambos os casos, teriam estabilidade de emprego, prevista em convenção coletiva. Foi marcada outra reunião com a montadora, na segunda-feira. Questionado se vai haver mobilização, por causa do resultado pífio da negociação até agora, Rodrigues disse que os trabalhadores vão esperar o novo encontro. “Queremos ver o resultado final, não queremos nos precipitar”, afirmou.

A negociação não conta com a participação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. No entanto, o presidente Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, disse que enviou lista com 28 nomes para a GM – mas ainda não teve retorno – além de conseguir dez reintegrações dos 419 demitidos.

DAY-OFF - Os 5.500 trabalhadores do chão de fábrica da GM ficarão em casa na sexta-feira, dia 28. Eles terão day-off (licença remunerada com desconto em banco de horas). Segundo a montadora, a folga “tem como objetivo ajustar a produção à atual demanda do mercado”.

Cidão afirma que existe a necessidade de adequação da linha de produção. “Será feito um ajuste para a implantação de novos modelos”, diz, sem revelar quais. Questionada sobre o assunto, a GM não comentou.

(Colaborou Soraia Abreu Pedrozo)