A Ford contratou diretamente 268 trabalhadores que prestavam serviço como terceirizados na fábrica de São Bernardo. Outros 210 que já possuíam vínculo empregatício com a montadora foram remanejados internamente para atuar na área de logística, totalizando 478 empregados envolvidos nas mudanças.

Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Alexandre Colombo, entre os 210 que já atuavam na empresa, 57 estavam em lay-off desde maio – os demais 177 seguem com seus contratos de trabalho suspensos temporariamente até outubro. E 153 trabalhadores exerciam funções em outros departamentos e eram considerados excedentes em razão da queda de produção de veículos atrelada à baixa demanda do setor.

Em março, o Diário noticiou que, até junho, a Ford iria incorporar cerca de 180 operários. O número foi acrescido em 88 profissionais.

Os ‘desterceirizados’ eram contratados pela empresa RCG para prestar serviços como abastecimento de linha de montagem, recebimento de materiais e operação de empilhadeiras.

Para Colombo, a incorporação dos funcionários indiretos é positiva. “Estamos indo contra o projeto de lei em tramitação no Congresso cujo objetivo é liberar as terceirizações (para a atividade fim), o que precariza a mão de obra. Os empregados diretos da Ford têm salários mais altos, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) mais elevada e melhor plano de saúde”, comenta o sindicalista, que é empregado da montadora. O valor da remuneração não foi informado.

Com o remanejamento, o excedente de mão de obra na planta, que estava avaliado em 600 no fim do ano passado, caiu para cerca de 200 – o mesmo que 4,7% do efetivo total da empresa, de 4.300 pessoas. No primeiro semestre, o número já havia sido reduzido depois que a empresa abriu PDV (Programa de Demissões Voluntárias), em que houve 200 adesões.

A Ford confirmou as alterações no quadro de funcionários, mas não deu detalhes.