"O que estão fazendo com a Grécia tem um nome: terrorismo", disse o ministro. "Por que nos forçaram a fechar os bancos? Para colocar medo nas pessoas e, quando se trata de aumentar o terror, esse fenômeno se chama terrorismo", completou. "Mas acredito que o medo não vencerá", acrescentou.
A Grécia realiza um plebiscito histórico neste domingo que pode mudar o destino do país e da moeda comum europeia. As pesquisas de opinião mais recentes na Grécia mostram uma população dividida entre os apoiadores do pedido do primeiro-ministro Alexis Tsipras pelo voto no "não" a demandas de austeridade e os defensores do "sim" aos termos de um novo pacote de resgate.
Na entrevista, Varoufakis disse ainda que uma vitória do "sim" no plebiscito seria uma humilhação. "O que querem Bruxelas e a troica (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) é que ganhe o 'sim' para que desse modo possam humilhar os gregos, mas não vamos deixar que nos humilhem", declarou.
Varoufakis defendeu ainda que a Grécia vai negociar um acordo não importa o resultado do plebiscito. "Seja qual for o resultado, na segunda-feira haverá um acordo, estou absolutamente certo disso", disse. "A Europa precisa de um acordo e a Grécia precisa de um acordo, então vamos alcançá-lo", acrescentou.
O ministro considerou ainda que, se o "não" vencer no plebiscito, o primeiro-ministro contará com "armas para negociar um acordo melhor". Ele ponderou que "um acordo fantástico" não seria possível, mas que o repúdio da população à proposta atual no plebiscito poderia garantir que se alcançasse "um acordo que não seja tão ruim quanto o que agora nos propõem. "Se ganhar o 'não', Tsipras viajará na segunda-feira para Bruxelas, conseguirá um acordo melhor e, no dia seguinte, os bancos gregos voltarão a abrir suas portas", concluiu. (Dayanne Sousa - dayanne.sousa@estadao.com)
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