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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Romário foi destaque no último Brasil x Uruguai
Do Diário do Grande ABC
24/06/2000 | 15:13
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O que Rivaldo sonha em tornar realidade, Romário já experimentou por duas vezes pela Seleçao Brasileira no Maracana. Ambos os jogos foram contra o Uruguai, o adversário do Brasil na quarta-feira pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Em 1989, na decisao da Copa América, Romário fez o gol da vitória de 1 a 0 e do título do continente conquistado pelo Brasil, quase cinqenta anos depois do desastre da perda do campeonato mundial para o mesmo Uruguai, diante de um Maracana emudecido.

Mas a apoteose mesmo de Romário no Maracana, estádio onde foi artilheiro tantas vezes por Vasco e Flamengo, aconteceu quatro anos depois. Exatamente no dia 19 de setembro de 93, quando num Maracana superlotado realizou uma das maiores exibiçoes de sua carreira. Feito que, hoje, ele tenta minimizar, bem ao seu estilo desligado das coisas do futebol. ``Nao sou de ficar lembrando de gols ou de jogos importantes. Mas realmente naquele dia eu estava muito bem', afirma.

Romário é modesto. Naquele dia, o atacante deu um show de bola nos uruguaios, para os quais apresentou em menos de cinco minutos um cartao de visitas de antologia do futebol: primeiro, um drible de corpo que desconcertou o marcador; depois, um lençol no zagueiro Gutierrez; por fim, um chute forte no travessao, após tabela com Raí.

Romário faria ainda os dois gols da vitória do Brasil por 2 a 0, que garantiu a vaga da Seleçao na Copa do Mundo dos Estados Unidos - onde foi decisivo para a conquista do tetracampeonato - e, de quebra, eliminou o Uruguai. No primeiro gol, Romário concluiu com uma certeira cabeçada o cruzamento milimétrico de Bebeto, seu melhor parceiro de ataque na Seleçao; no segundo, recebeu lançamento de Mauro Silva, enganou o goleiro Siboldi com um drible de corpo e chutou com a tranqilidade dos artilheiros para fechar o placar e provocar um verdadeiro delírio no estádio.

O atacante tinha assim justificado com sobras toda a expectativa criada em torno de sua presença na partida. Expectativa que começou cinco dias antes, convocado às pressas pelo entao técnico da Seleçao, Carlos Alberto Parreira, para substituir Muller, que se contundira. Romário, apesar da evidência de ser disparado o melhor atacante do Brasil - na época desequilibrava os jogos atuando pelo Barcelona, da Espanha -, tinha sido deixado de fora em todas as convocaçoes das eliminatórias. Tudo por conta de um desentendimento com Zagallo numa demonstraçao de indisciplina, quando o craque nao aceitou ficar no banco em um amistoso contra a Iugoslávia, em Porto Alegre.

O episódio rendeu a Romário o afastamento da Seleçao, que acabou naquela tarde, antes mesmo de começar o jogo contra o Uruguai, quando Zagallo fez questao de desejar boa sorte ao atacante. O Brasil, que precisava vencer o Uruguai, precisava dos gols de Romário, e Parreira por isso nao hesitou em chamá-lo. ``Foi Deus quem trouxe o Romário', festejou Parreira, ainda no vestiário do Maracana.




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