Com os seguidos sequestros de receitas que contabilizaram R$ 23 milhões no primeiro semestre, a Prefeitura de Diadema ainda não conseguiu equilibrar suas finanças. Tanto que ainda não tem previsão para pagamento da primeira parcela do 13º salário para os 7 mil servidores públicos efetivos e comissionados (cargos de confiança), o que ocorria historicamente em julho.

Outra má notícia dos lados do Paço, desta vez para os cerca de 150 precatorianos alimentares (trabalhistas), entre pedidos individuais e coletivos, é que também não há previsão de retomada do pagamento mensal, paralisado em junho.

A Prefeitura confirmou ontem a não previsão de ambos os pagamentos - 13º salário e precatórios trabalhistas. Porém, não respondeu sobre os valores nem se os fornecedores continuam sendo atingidos com atrasos nos pagamentos por conta dos confiscos da receita determinados pela Justiça, conforme o prefeito Mário Reali (PT) anunciou por várias vezes.

Caravana sem êxito - Não foi ontem que os representantes da Comissão de Precatórios Alimentares de Diadema conseguiram falar com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o desembargador Roberto Antonio Vallim Belochi.

Com a recente restrição de área de circulação de ônibus fretados em São Paulo, medida polêmica implementada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), os precatorianos de Diadema e alguns representantes de Santo André não conseguiram chegar até a região central da cidade, onde está localizado o Tribunal da Justiça. O jeito foi deixar os ônibus no Jabaquara e ir de metrô ao destino.

"O número foi bem menor do que o previsto, mas não desistimos. Fomos reafirmar o pedido urgente da audiência", explicou o presidente da comissão, João Carlos dos Santos.

O presidente do Tribunal de Justiça designou o desembargador Antonio Carlos Viana Santos, presidente da Seção de Direito Público, que abrange as ações de precatórios no órgão, para receber em breve representantes da comissão. Uma reunião será agendada, de acordo com a assessoria do tribunal.

Direito - A presidente do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), Jandyra Uehara, aguarda resposta da Prefeitura sobre a data de pagamento da primeira parcela do 13º salário. "Além de ser direito do trabalhador, existe previsão legal para o pagamento antecipado. A Prefeitura não pode manter a política errada de empurrar com a barriga", afirmou.

Jandyra não soube informar o valor total do 13º salário. Mensalmente, a Prefeitura despende R$ 15 milhões com a folha de pagamento.