No entanto, os próprios distribuidores da Coca-Cola no Brasil propuseram à empresa a criaçao de uma cerveja para ser oferecida no portfólio de bebidas. Por isso surgiu a Kaiser.
Telles informou que a AmBev já tem um anúncio preparado para lançar na mídia norte-americana para abordar a questao.
Telles também classificou de "covarde" a atitude da Secretaria de Direito Econômica do Ministério da Justiça (SDE) que na semana passada divulgou parecer determinando que a AmBev vendesse uma de suas marcas de cerveja (Brahma, Antartica ou Skol) para que a fusao fosse aprovada.
"O parecer da SDE é uma desaprovaçao medrosa", afirmou Telles durante audiência pública na Comissao de Economia Indústria e Comércio da Câmara, que discute a fusao das duas cervejarias. Telles afirmou ainda que esses pareceres sao apenas palpites. "E palpite qualquer um dá", afirmou.
Telles também disse que a SDE está preferindo desfazer o ato de concentraçao a ter que fiscalizar a conduta de uma única empresa, e questionou: "se o governo nao tem condiçoes de finalizar uma única empresa, que condiçao terá para acompanhar qualquer caso, como a questao dos medicamentos".
Durante sua exposiçao, Telles questionou alguns dos pontos levantados no parecer da SDE que argumentavam que a AmBev teria forte poder de concentraçao no mercado de cerveja brasileiro. No parecer divulgado na semana passada pela SDE, os técnicos da secretaria argumentaram que existia uma alta fidelidade à marca de cerveja no país. Mas Telles nega esse argumento. Ele apresentou dados que demonstram que apenas 12,7% dos consumidores de cerveja, em bares, compram necessariamente uma marca específica de cerveja.
Ele voltou a assumir o compromisso de reduzir os preços de todos os produtos, em todas as regioes do país, assim que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a criaçao da AmBev. Ele se comprometeu, inclusive, a assumir essa reduçao de preços junto ao Cade como um "compromisso de desempenho" da empresa.
Telles voltou a insistir que a criaçao da AmBev fará com que o país tenha a terceira maior cervejaria do mundo e a quinta maior empresa de bebidas do planeta. Ele também afirmou que essa sinergia viabilizará aquisiçoes no Exterior e queda de preço no Brasil.
Além disso, lembrou, no mercado de refrigerantes a criaçao da Ambev vai permitir que o guaraná Antartica possa competir com a Coca-Cola em 175 países.
Em um informe publicitário que começou a ser veiculado, terça-feira, na televisao, Magim Rodriguez, presidente da Ambev, disse que a empresa nao está brigando pela fusao contra a Kaiser, mas com a Coca-Cola.
A direçao da Coca-Cola nao quis comentar o assunto.
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