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Sábado, 18 de Maio de 2024

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Luto
Ciesp de Sto.André faz ato pela indústria

Manifesto lançado ontem pela regional teve como objetivo protestar pela crise do setor

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
27/05/2015 | 07:15
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Denis Maciel/DGABC


Um manifesto de indignação, para mostrar a situação em que o setor industrial nacional chegou, foi lançado ontem pela diretoria regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André. Em vez de comemorar – no dia 25, segunda-feira, foi o Dia da Indústria – a ideia foi marcar a data como uma posição de ‘luto’ pelo que ocorre atualmente com a atividade produtiva.

O objetivo, segundo o diretor do Ciesp do município (regional que representa também empresas associadas em Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), Emanuel Teixeira, é sensibilizar a sociedade e o poder público para o fato de que as fabricantes estão sendo “dizimadas”. Em três anos, de 2010 a 2013, quase 3.000 empresas do setor produtivo fecharam as portas na região, de acordo com estudo do Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia) da Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo).

Teixeira citou que a “doença” da atividade é a falta de competitividade do produto nacional em relação ao importado, mas as causas são um conjunto de fatores, como o alto custo do aço e de produtos petroquímicos, a elevada carga tributária, a burocracia excessiva, a dificuldade de acesso a crédito, a insegurança jurídica e, somado a tudo isso, a falta de uma política industrial no País. Ele ressalta que o governo, para tratar o “doente” que está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), receitou aumento de tributos e de juros, retração do crédito, elevação de insumos, como energia elétrica, e ações de execução das dívidas ativas e protesto dos tributos não pagos. “É para acabar de vez, esse é um projeto de desindustrialização”, disse.

A pesquisa do Decomtec mostra ainda que a participação da indústria no PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, a geração de riqueza produzida) do Brasil em 2014, atualmente de 10,9%, é a mais baixa desde 1947. “Não dá para ter indústria forte com essas condições desiguais”, disse o diretor do Ciesp andreense, durante o evento de lançamento do manifesto. A regional da entidade preparou panfletos para que os empresários distribuam para a população, fez faixas para que indústrias associadas coloquem na frente das fábricas, e pretende fazer mobilização no dia 3 de junho na Prefeitura e na Câmara Municipal de Santo André. Teixeira acrescentou que outras ações devem envolver contatos com parlamentares da região na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.

SENSIBILIZAÇÃO - Questionado pela equipe do Diário se o ato seria estendido para outras regionais no Estado, o vice-presidente do Ciesp, Fausto Cestari Filho, afirmou que a decisão de protestar ou não ficou a critério de cada uma delas, e que o objetivo, no momento, é sensibilizar a população para o problema. “Queremos transbordar para a sociedade e dar a compreensão da importância da indústria como elemento de relevância social e econômica.”

Cestari Filho cita ainda que as fábricas empregam quase 250 mil pessoas na região, o que significa (calculando, na média, famílias de quatro pessoas), que pelo menos 1 milhão de moradores têm relação com a atividade – 71,4% da PEA (População Economicamente Ativa), hoje com 1,4 milhão de pessoas. Presente ao evento, o diretor da regional do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, expressou apoio ao ato.
 




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