A coletiva do técnico Oswaldo de Oliveira era um tanto quanto aguardada na tarde de ontem na sala de imprensa da Academia de Futebol. E pontualmente às 14h, o comandante começou a falar. Por 50 minutos praticamente intermitentes, pouco disse sobre o adversário de hoje, o ASA, afinal fora mais questionado sobre o atual momento do Palmeiras, que iniciou o Campeonato Brasileiro com dois empates e uma derrota. E ao entrar no assunto, foi direto: disse que a crise no time vem sendo levantada pela imprensa e pediu tempo para fazer a equipe render o esperado.

“Ocorre que, às vezes, a pessoa que está no estúdio e não tem a sensibilidade de sentir o calor do campo, o suor, vê como se fosse vídeogame. Saio daqui, quando acaba o treino, e trabalho até 21h. Saio, vou para casa e continuo trabalhando. Quem sai do estúdio, vai para casa descansar. Há de se ter mais cuidado com a análise, senão forma opinião que não é verdadeira”, desabafou. “Tem de haver respeito com o profissional. Não gosto de deboche, porque não debocho de ninguém. Por isso gostaria de pedir controle e calma para relatar o que vem se passando.”

Mas Oswaldo não se isentou de participação no momento ruim do Verdão. Aliás, pelo contrário. “O presidente gastou R$ 45 milhões para montar o elenco. Alexandre Mattos trabalhou como nunca vi alguém fazer e em tempo recorde contratar tantos jogadores. Agora a responsabilidade é minha de levar o time e alcançar nossos objetivos”, disse.

Os problemas atletas lesionados também foram lamentados pelo comandante, que na conversa de segunda com o elenco externou a situação. “Perguntei: quantos de vocês que estão sentados aqui não se machucaram neste ano? Oito levantaram a mão, de 40! Então, 32 já se machucaram, alguns deles mais de uma vez. Portanto em mais de um momento não tive todos”, explicou.

Aliás, o treinador falou sobre a reunião de anteontem com o grupo no campo do CT e lamentou a repercussão. “É uma coisa interna. Deveríamos ter feito aqui dentro para não ter a publicidade que acabou tendo.”

Treinador cita retorno ao Flamengo, mas não agora

Com as saídas de treinadores de três grandes clubes neste início de Brasileirão (Grêmio, Fluminense e Flamengo) e sendo colocado como um dos próximos a perder o cargo dependendo dos resultados contra ASA, hoje, e Corinthians, domingo, Oswaldo de Oliveira falou sobre a possibilidade de ser demitido e, ao mesmo tempo, apontado como um dos nomes a assumir o Rubro-Negro, que dirigiu em 2003. O técnico admitiu voltar ao Rio, demonstrou felicidade por estar cotado, mas disse não ser o momento.

“Quando criança, era flamenguista. Assíduo no Maracanã, vi grandes times. Se houver fundo de verdade nisso, fico feliz. Um dia quero voltar ao Flamengo porque tive passagem que não gostei. Foi a única vez que me demiti de um clube porque não gostei do que se passava lá”, afirmou Oswaldo, que continuou dizendo que não deveria temer pelo cargo. “O desempenho da equipe em campo prova isso. Os resultados não favorecem. Estou feliz fazendo meu trabalho, acredito que vá ser muito bem-sucedido, principalmente pela resposta dos jogadores. Tenho certeza que vamos fazer time competitivo, mas pode ser que leve tempo.” DB