A Rede D’Or, grupo carioca que já é dono do Hospital Brasil, em Santo André, e do Assunção e do Ifor (Ortopedia e Traumatologia), em São Bernardo, acaba de ampliar sua presença no Grande ABC, ao adquirir o Hospital e Maternidade Bartira. O valor do negócio não foi revelado.

Presente no Estado de São Paulo com 11 unidades hospitalares, a rede vê a região como estratégica em seu plano de expansão, o que foi um dos fatores que justificaram a aquisição, segundo o diretor corporativo da empresa, Luiz Sergio Santana.

Ele explica que, enquanto a cobertura de planos de saúde no País está em 25% da população, nos sete municípios é o dobro: chega a 50%, o que ele considera significativo, já que o foco principal da companhia é o atendimento a pessoas com convênios médicos. Santana acrescenta que o Grande ABC representa 40% de participação nos resultados do grupo no Estado de São Paulo.

Com a aquisição do estabelecimento, a rede passa a ter ao todo 670 leitos hospitalares na região – o Bartira conta com 110. O hospital, localizado no bairro Santa Terezinha e existente há 47 anos, possui ainda nove salas de centro cirúrgico, três deles de obstetrícia, e pronto-socorro que recebe 20 mil consultas por mês. Esse número denota potencial para futura ampliação das instalações e mostra que há nichos distintos para cada empreendimento da companhia, segundo o executivo. “O Hospital Bartira é uma referência em sua região de influência (2º Subdistrito de Santo André, do outro lado da Avenida dos Estados)”, diz. Já o Hospital Brasil está na Vila Dora, próximo ao Centro. “Não há uma competição entre os dois.”

Além do aumento da capacidade de atendimento da rede e da área de abrangência, com a aquisição, Santana destaca outras vantagens que virão como resultado do negócio, entre os quais a sinergia com as outras unidades hospitalares. Isso significa, por exemplo, maior capacidade de negociação com fornecedores e convênios médicos, para ter redução de custos, e troca de experiência entre os profissionais do grupo. O Bartira tem quadro formado por 520 funcionários e 500 médicos. O diretor da rede reforça que o hospital deve passar por processo de modernização, mas os investimentos necessários ainda serão definidos.

PROJETOS - Santana assinala que existe a intenção de ampliar ainda mais a presença na região, com unidades em Mauá e Diadema. Há também projetos em andamento para aumento do número de leitos dos empreendimentos já pertencentes à rede: o Hospital Brasil, que hoje conta com 350 leitos, ganhará mais 150, até 2017; o Assunção, que possui 150 leitos, receberá mais 130 até 2019; o Ifor terá novo edifício de seis andares e deve, pelo menos, dobrar de tamanho (atualmente são 60 leitos). “Independentemente de novas aquisições já serão mais 350 leitos”, diz.

Isso sem incluir projeto do Hospital São Luiz, em São Caetano, que deverá ser inaugurado no início de 2017. Deve contar com 300 leitos, mas chegará a esse número gradativamente, ao longo de cinco anos.

A rede, hoje com 29 unidades hospitalares no País, registrou em 2014 lucro líquido de R$ 322 milhões.