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Gasto no supermercado sobe 5,51%

Percentual supera em quase oito vezes a inflação de abril; cebola chega a subir 185% em um mês em hipermercado do Grande ABC

Marina Teodoro
Especial para o Diário
16/05/2015 | 07:30
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Anderson Silva/DGABC


Fazer compras neste mês pode pesar ainda mais no bolso da dona de casa do Grande ABC. De acordo com levantamento do Diário, que foi ontem novamente ao super e hipermercado para verificar o comportamento dos preços de cesta de alimentos básicos, num intervalo de 30 dias, o consumidor da região que optar pelo estabelecimento de menor porte poderá pagar até oito vezes mais do que a inflação mensal. Isso porque o kit de produtos no supermercado encareceu 5,51%, enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu alta de 0,71% em abril.

Os 17 itens necessários para alimentar uma família de quatro pessoas durante uma semana foram os mesmos pesquisados em 15 de abril, nos mesmos supermercado e hipermercado da região. O objetivo foi avaliar o impacto da inflação em produtos essenciais.

Ao visitar o supermercado, foi possível notar que o conjunto de produtos que anteriormente custava R$ 94,13, hoje sai por R$ 99,32. A diferença de R$ 5,19 representa inflação de 5,51%.

Esse percentual chega a ser quase oito vezes maior do que a inflação oficial de abril, que foi de 0,71% no IPCA. Quando comparado com índice que avalia apenas os custos de alimentação e bebidas, o aumento é um pouco menos expressivo, já que esses produtos subiram 0,97%, e a diferença não chega a seis vezes.

Nos hipermercados, por sua vez, a comparação com o último levantamento relatou pequena retração de 0,6% de 15 de abril a 15 de maio, período em que os preços recuaram de R$ 85,39 para R$ 84,84, ou seja, R$ 0,50 a menos.

O engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá De Benedetto, explica um dos motivos para a diferença entre as lojas. “Geralmente, o estabelecimento de maior porte tem poder de barganha mais alto do que o do comércio de menor porte. Por fazer compras maiores, o hipermercado consegue ter mais descontos do fornecedor na hora de adquirir os produtos”, destaca o engenheiro.

FATORES - Entre os alimentos que tiveram oscilação no preço, o grupo que apresentou maior expansão foi o hortifrúti. O custo do quilo da cebola no hipermercado hoje chega a ser 185,14% mais caro do que um mês atrás no hipermercado, e 122,76% no supermercado. De R$ 1,75, o legume chegou a R$ 4,99 na loja maior.

A alta de R$ 3,24 foi notada pelos consumidores. A dona de casa Sandriana de Almeida Batista, 65 anos, de Mauá, desiste das compras. “Está muito mais caro neste mês. Estou vendo aqui que o jeito é deixar para comprar na feira, se não vou gastar uma fortuna.”

Para De Benedetto, a alta da cebola tem explicação. “Isso acontece porque ela está sendo importado da Argentina, diferentemente das outras épocas do ano, em que ela vem de regiões nacionais como o Interior do São Paulo e a região Sul.” O dólar em alta e os gastos com combustível para distribuição contribuem para incrementar o valor final.

A batata também foi destaque na pesquisa do estabelecimento de maior porte. O quilo, que antes estava R$ 1,79, foi para R$ 3,69. A inflação é de 106,14% no hipermercado e 110% no supermercado, considerando a mesma quantidade do produto por R$ 3,99, mas em abril era R$ 1,90.

A mudança nos preços assusta e revolta pessoas como a aposentada Maria Cecilia Bracco Santiago, 68, que reclama da qualidade do produto. “Não acreditei quando vi o preço. Além de estar um absurdo, os legumes estão todos machucados e feios. É só entrar o inverno que isso acontece.”

DEFLAÇÃO - Apesar de os produtos estarem mais caros, o supermercado tem deflação de alguns itens importantes na alimentação. A alface lidera a lista, com variação negativa de 66,97%. O maço do vegetal estava R$ 2,80, mas agora passou para R$ 1,99. O feijão também teve queda de 31,18%. De R$ 4,49 foi para R$ 3,09. A quilo do frango (coxa com sobrecoxa) foi outro item que caiu 9,1%, mesmo com alta das carnes de vaca e das aves.
 




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