Abatida e ainda assustada, a dona de casa disse que não deseja o que passou a ninguém. “A gente costuma imaginar o que uma pessoa passa em um cativeiro, mas nada é pior do que sentir na pele”, disse ela.
O cativeiro foi descoberto pelos policiais militares depois de uma denúncia anônima informando o local onde a mulher estava. Algumas equipes de militares chegaram à rua Barbeiro de Sevilha em motocicletas, mas a ação foi descoberta pelos seqüestradores, que fugiram antes de a polícia encontrar M..
O seqüestro começou às 17h de quarta-feira, quando a dona de casa saía de casa, no Jardim Ana Maria, em Santo André, para buscar o filho de 7 anos na escola. “Faço isso todos os dias. Foi tudo muito rápido. Dois homens me pegaram e me jogaram dentro de uma Kombi.”
Ela disse que demorou pouco mais de 20 minutos para que os seqüestradores a levassem até o cativeiro. Segundo depoimentos de vizinhos dela, que presenciaram o momento em que ela foi levada, cerca de seis homens participaram da ação.
No cativeiro, a vítima disse ter sido espancada. “Me deram coronhadas nos ombros e na cabeça. Além disso, tomei vários tapas na cabeça. Eles só pararam depois que disse que estava grávida e ainda me pediram desculpas por isso.”
O primeiro contato da quadrilha com o marido da vítima, o ambulante J.G.S., 43 anos, foi feito às 17h30 do mesmo dia do seqüestro. Eles pediram R$ 100 mil. Depois de cerca de mil ligações telefônicas (segundo registros de uma empresa de telefonia), chegaram ao valor de R$ 20 mil. Depois, voltaram a subir a exigência para R$ 140 mil. “Foi um terror o que fizeram. Tive de tomar três garrafas de café para ficar acordado, pois não paravam de ligar e brigavam comigo se demorava a atender”, disse o marido da vítima, que sairá de viagem para o Ceará na segunda-feira. “Não sei se volto para cá”, disse a dona de casa.
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