``As reunioes de Nova York sao inúteis. Nada mudou, embora já tenham sido realizadas numerosas reunioes', assinala Mastur, 54 anos, que vende tortas de mel na parte antiga de Jerusalém.
``Nao há mudança alguma desde Camp David. O ocupante continua aí', diz, indicando com um movimento da cabeça a estrada de acesso a uma colônia judia pertencente ao chefe do partido Likud, de direita, Ariel Sharon.
Clinton deve reunir-se separadamente esta quarta-feira com o presidente palestino Yasser Arafat e com o primeiro-ministro israelense Ehud Barak para tentar reativar as negociaçoes de paz, interrompidas desde o fracasso no dia 25 de julho passado do encontro de Camp David.
``Os Estados Unidos sao injustos. As negociaçoes deveriam ser simples e respeitarem a aplicaçao da resoluçao 242', diz Mohammed, 62 anos, em uma referência à resoluçao do Conselho de Segurança que pede a Israel para retirar-se dos territórios árabes ocupados em 1967, entre eles Jerusalém Leste.
Segundo Ghassan al-Jatib, diretor do Centro de meios e comunicaçoes de Jerusalém, a Autoridade Palestina preparou seus cidadaos para que nao tenham muitas esperanças sobre as reunioes de Nova York.
``Nao há nenhuma esperança, nao esperamos nada. Os homens políticos dos dois lados lançaram mensagens pessimistas que repercutiram no público', explicou al-Jatib.
Na cidade de Nablus (Cisjordânia), Ghassam Hamdan, diretor de uma clínica, espera que os Estados Unidos pressionem Arafat para que aceite pelo menos o que está previsto nas resoluçoes do Conselho de Segurança.
``Arafat será pressionado. Em minha opiniao, aceitará a proposta de Clinton de adiar a proclamaçao de um Estado independente, como gesto de boa vontade em favor da paz. Mas duvido que Arafat mude de opiniao a respeito de Jerusalém', adiantou.
O encontro de Camp David fracassou principalmente por causa das divergências entre palestinos e israelenses sobre o caso de Jerusalém Leste, ocupado e anexado pelo Estado hebreu em 1967.
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