O técnico Ruy Scarpino terá quase uma semana para resgatar o alto-astral do Santo André na Série B do Campeonato Brasileiro. O empate diante do Vila Nova-GO (2 a 2, o terceiro em casa nas últimas rodadas), balançou os alicerces do estádio Bruno Daniel. Antes de ganhar da Lusa, no Canindé, o time do Grande ABC já havia ficado na igualdade contra o Ceará (1 a 1) e Paysandu (também 1 a 1). O presidente Jairo Livolis não conseguiu assimilar o mais re cente e inesperado resultado no ambiente doméstico.

Depois de segurar a vantagem durante quase todo confronto, a equipe local permitiu que o Vila Nova-GO chegasse ao segundo gol nos instantes finais. Então, Livolis desceu ao vestiário para pegar pesado na desatenção geral de quem ainda não achou o ponto de equilíbrio na temporada. Mesmo assim, Scarpino conseguiu tirar o Santo André da zona de rebaixamento para aproximá-lo do G-4, o bloco dos principais candidatos ao acesso, como Náutico (45 pontos), Atlético-MG (44), Sport (43 e Paulista (41). Em seguida, o Coritiba (40), o próximo rival do Santo André (37), na sexta-feira, às 20h30, no Couto Pereira.

Aparentemente, Scarpino reagiu bem à gritaria das arquibancadas. Dois líderes da Tuda, Ovídio e Esquerdinha. que defendem as cores de uma das maiores torcidas organizadas do clube – a exemplo da Fúria – foram solidários ao competente comandante, uma espécie de pára-raio no meio de um princípio de vendaval no barulhento circuito. Agora, Scarpino pretende utilizar convenientemente o intervalo na tabela para explorar o lado psicológico de um elenco que tenta não se desviar da trajetória que conduz à elite nacional. “Vamos trabalhar a cabeça da rapaziada e corrigir as falhas para que a gente acerte o entrosamento. Seria mais cômodo usar como pretexto a ausência de vários titulares. Isso atrapalhou, mas outros detalhes nos impediram de vencer o Vila Nova. Desfalques? Diriam que é desculpa de quem não ganhou”, disse Scarpino, ao se referir a Bebeto e Alexandre (contundidos), além do goleiro Marcelo Bonan, Galiardo, Emerson e Luiz Henrique (suspensos). Todos estão em condições de retornar em Curitiba.

Já o matador Bebeto (oito gols na Série B) vai hoje à clínica CRS, do médico Rubens Sampaio, para seguir o tratamento no joelho direito. O fisioterapeuta Juninho admite que o artilheiro ficará à disposição do preparador físico Júnior Cova na segunda-feira.

Quanto ao suposto interesse do Grêmio em contratá-lo, Bebeto garante que não há nada de oficial. O técnico Mano Menezes o dirigiu nos tempos de 15 de Campo Bom-RS, em 2004, na mesma campanha da Copa do Brasil conquistada pelo Santo André. “Desconheço. Mesmo que fosse verdade, não me ligaria nisso, Ninguém conversou comigo. Minha única preocupação é o Santo André. Não vejo a hora de voltar para ajudar meus colegas. Tenho um contrato a cumprir e não quero me desviar do foco”, avisa Bebeto, que ontem acompanhava, solitário no túnel, a batalha dos companheiros no gramado.

Enquanto isso, o meia-atacante Anaílson (tornozelo) e o ala-direito Alexandre (lesão muscular) parecem livres dos respectivos problemas. Ontem à tarde, os dois participaram de corridas leves na pista do Bruno Daniel. O atacante Makanaki (fortes dores musculares nas duas pernas) não participou do recreativo.