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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Política
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Falta de provas
Justiça livra Hamilton dos aloprados

Juíza federal alega falta de provas na denúncia do Ministério Público por crime de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
11/03/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A juíza da 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo Fabiana Alves Rodrigues rejeitou denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-vereador de São Caetano Hamilton Lacerda (PT). O petista era acusado pelo MP por crime de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha por participação no escândalo dos aloprados. Também foram absolvidos Gedimar Pereira Passos, Valdebran Carlos Padilha da Silva, Expedito Afonso Veloso e Osvaldo Martinez Bargas.

Integrante da coordenação da campanha do hoje ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), ao Palácio dos Bandeirantes, em 2006, Hamilton foi flagrado por uma câmera de hotel na Zona Sul da Capital portando uma mala que supostamente teria dinheiro para compra de dossiês contra tucanos. A quantia, que totalizou R$ 1,7 milhão (com notas de reais e dólares), foi apreendida pela PF (Polícia Federal) sob posse de Valdebran e Gedimar.

A compra seria de documentos fornecidos por empresários de Cuiabá, no Mato Grosso, sobre suposta ligação do hoje senador José Serra (PSDB), que concorria ao governo do Estado, à ‘máfia dos sanguessugas’, esquema que superfaturava a compra de ambulâncias em prefeituras paulistas.

A juíza decretou nulidade de todos os atos ocorridos na apuração da 7ª Vara Federal de Cuiabá, incluindo a denúncia criminal. O caso foi transferido a São Paulo em 2013, com argumento de que a quantia foi apreendida na Capital. A alegação da magistrada é a de que não há provas suficientes na formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Ela destacou que a compra de documentos não é crime, seja por agremiação partidária ou por pessoa física.

O único crime considerado na sentença foi contra o sistema financeiro, já que foi utilizada identidade falsa no contrato de câmbio de uma corretora no Rio de Janeiro. Fabiana também pontuou falta de provas e não classificou os petistas como mentores intelectuais do ato ilícito fiscal.

O valor apreendido pela PF com os petistas, de R$ 1,7 milhão, continuará confiscado pela polícia.
Hamilton ganhou notoriedade no PT em 2004, quando disputou a Prefeitura de São Caetano e registrou o melhor desempenho eleitoral da sigla no único município nunca comandado pelo petismo no Grande ABC. Dois anos depois estourou o caso dos aloprados. O apelido foi dado pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputava reeleição. “É bando de aloprados.”

Em 2010, Hamilton retornou aos quadros do PT para tentar retomar cadeira no Legislativo na eleição de 2012. O projeto naufragou e ele, que chegou a ser o parlamentar mais votado da cidade, obteve apenas 651 votos. Hoje é diretor de projetos no Consórcio Intermunicipal. Ele não retornou aos contatos do Diário. 




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