A Brascri – Associação Brasil Criança está ampliando sua atuação no Grande ABC e fechou parceria com mais dois Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) da região, beneficiando cerca de 48 alunos carentes com o projeto Segunda Chance. A ONG (Organização Não-Governamental), que já tem parceria com o Senai Almirante Tamandaré, em São Bernardo, fechou acordo com o Senai Carlos Pasquale, em São Caetano, e o Senai Manuel Garcia Filho, em Diadema.

O projeto foi criado em 2000 e, desde então, já formou 582 alunos até julho deste ano. Para a diretora da Brascri, Ana Lídia Marins, não adianta apenas formar os adolescentes, e sim colocá-los no mercado de trabalho também. “Por isso criamos o projeto Coopera, que será colocado em prática a partir de setembro, quando quatro cooperativas de trabalho serão inauguradas”, disse.

No Senai de São Caetano, 32 jovens estão fazendo os cursos de Mecânica de Manutenção e Programação e Operação de Centro de Usinagem e Torno CNC. Essa será a primeira turma que a Brascri formará em São Caetano.

Em Diadema, 16 jovens – todos portadores de deficiência auditiva – estão tendo aulas de Mantenedor de Microcomputadores e Periféricos. Apesar de uma turma já ter começado o curso no fim do ano passado, esses alunos especiais são os primeiros a participar do projeto na Grande São Paulo.

Seleção – Para selecionar os adolescentes do Segunda Chance, a Brascri faz visitas às secretarias municipais de Educação para divulgar o projeto. “O pessoal da própria secretaria convoca os diretores das escolas da rede pública e nós apresentamos o projeto. Depois, os interessados fazem a prova como os outros adolescentes. O requisito básico é ter entre 14 e 16 anos e a renda familiar não ultrapassar meio salário mínimo. Normalmente são 32 vagas em cada Senai parceiro”, disse Ana Lídia.

A Brascri também firmou um acordo com uma empresa privada que financiou um site (www.segundachance.com.br) para a ONG. Nele, todos os alunos formados no projeto Segunda Chance têm seu currículo inserido para que empresas possam conhecer os profissionais disponíveis no mercado.

Alunos – Nas duas unidades da região, as aulas começaram no último dia 29 e os alunos estão animados com o curso. Renan José Almeida dos Santos, 15 anos, elogia a iniciativa da associação. “Fiz a prova para o Senai no ano passado, mas não passei. Além disso, não teria condições de comprar material e uniforme se não fosse pelo projeto”, disse o garoto, que pretende se tornar um torneiro mecânico e trabalhar em uma metalúrgica.

Já Mayra Santos Silva, 15 anos, também moradora de São Bernardo, foi fazer o curso porque gosta de “coisas diferentes”. “Interessei-me em fazer a prova para conhecer uma nova profissão, mas o que eu quero mesmo é fazer Turismo para viajar bastante”, afirmou.