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Mães temem fechamento de escola

Prefeitura de São Caetano anunciou transferência dos 21 alunos com deficiência da Fundação Anne Sulivan

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
12/11/2014 | 07:00
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Mães de alunos da Fundação Municipal Anne Sulivan, em São Caetano, estão inconformadas com o encerramento das atividades educacionais oferecidas pela unidade de ensino a 21 estudantes com deficiências como surdez, surdocegueira, autismo, paralisia cerebral e outras síndromes a partir de 2015. As crianças e jovens serão transferidos para escolas da rede regular de ensino e inseridos no processo de inclusão.

Os pais foram informados sobre a decisão em reunião realizada na última semana, lembra a dona de casa Sandra Resende, 53 anos. Para ela, a rede regular de ensino da cidade não está apta a receber os alunos com deficiência. “Nossas crianças demandam atenção especial. Incluir não é só colocar junto. Temos casos de jovens que não suportam barulho, quadros graves de autismo. Precisamos de profissionais especializados e infraestrutura adequada”, destaca a mãe de jovem de 15 anos que não anda e não fala e está na fundação há oito.

As mães dos estudantes se reuniram na tentativa de buscar alternativa para o problema. Além de auxílio parlamentar, elas conseguiram 2.300 assinaturas em petição pública virtual que cobra a manutenção do serviço. “Falta vontade política para mudar o perfil da escola sem precisar prejudicar as crianças ou manter a unidade como ensino regular e incluir alunos da rede. Não vai agregar em nada para elas ficar dentro de uma sala de aula sem atividades”, comenta a analista de comércio exterior desempregada Cristine Franieck, 50, mãe de estudante de 24 anos com autismo e paralisia cerebral e que está na fundação há 17.

Para a diretora de assuntos regulatórios Samira Divino, 40, a mudança implica em perdas cognitivas para os alunos, como é o caso de seu filho de 8 anos que é autista. “Todo o ganho que eles tiveram nos últimos anos pode ser perdido. O prefeito está indo por uma via tortuosa e que trará prejuízos às crianças ao invés de optar pelo diálogo.”

A Prefeitura justifica sua ação ao levar em conta a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da Educação, que determina a inclusão escolar. Segundo a administração, além da rede regular de ensino, há opção de os estudantes ingressarem em instituições conveniadas, como a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Isso dependerá de avaliação individual feita por equipe da própria fundação.

Além disso, a Prefeitura esclarece que a fundação, que existe há 37 anos, seguirá com oficinas, biblioteca, grupos de dança e teatro e outras atividades recreativas e educacionais. No setor clínico, permanecem os atendimentos em psicologia, psicopedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, hidroterapia e orientação à família.

Ainda de acordo com a administração, a rede dispõe de salas de inclusão nos ensinos Fundamental e Médio, além de professores e cuidadores capacitados a lidar com os diferentes tipos de deficiências.




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