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Terça-Feira, 30 de Abril de 2024

Revitalização da Industrial ainda é tímida
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
27/10/2008 | 07:03
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Tiago Silva/DGABC


O cenário é improvável, mas resiste em Santo André. Uma igreja evangélica divide espaço com travestis seminus e hotéis de luxo disputam área com drive-ins e bordéis. O shopping center se assemelha a um oásis frente às ruínas de galpões há muito abandonados. Esses mundos têm endereço: Avenida Industrial.

De sinônimo de riqueza e prosperidade, hoje o endereço é quase sempre pronunciado de forma pejorativa devido a degradação que assolou a via desde o início da década de 1980. Foi nessa época que as indústrias, que batizaram a avenida, fecharam as portas por causa da desindustrialização da região.

Hoje, a revitalização da avenida segue tímida. Há apenas uma intervenção em andamento: um residencial de classe média na altura do número 1.000 que promete valorizar um pouco mais a área.

Não é de hoje que se busca uma nova cara para a Industrial. O Projeto Eixo Tamanduatehy, iniciado na gestão do prefeito Celso Daniel, em 1996, previa a recuperação de 12,8 km² da Avenida dos Estados até a Industrial, nas áreas que margeiam o Rio Tamanduateí.

A Avenida dos Estados, contudo, atraiu mais intervenções ao longo dos anos - 14 no total, sendo a mais recente o Complexo Viário Cassaqüera - enquanto que as investidas na Industrial estagnaram em seis empreendimentos.

O ABC Plaza Shopping, erguido pouco antes do Eixo Tamanduatehy tomar fôlego, deu sobrevida à avenida, mas só em um trecho. Boa parte continua com prostituição e criminalidade, sobretudo no último quilômetro e meio da via (são 3,3 quilômetros de extensão ao todo).

Com a chegada do centro de compras, a avenida foi duplicada. Mais tarde, vieram uma rede de hotéis, novos estabelecimentos comerciais, um condomínio residencial, mas nenhum foi bastante para acabar com aquilo que freqüentadores da Industrial reclamam há anos e hoje acentuam ainda mais os cenários contrastantes do endereço.

"É certo que próximo do shopping a avenida é melhor, tem outra cara. Aqui é o lado esquecido da coisa", diz um comerciante que não quis ter a identidade revelada e que trabalha há 13 anos nessa via de interligação de Santo André a São Caetano.

Três novas apostas para o local estão em projeto. São um conjunto residencial, uma usina de concreto e um comércio atacadista. Mas nada para ser entregue de imediato.

"Se investissem mais no final da avenida, a coisa iria mudar. Onde hoje estão o shopping e os hotéis um dia também foi muito feio", diz a atendente Márcia Soares, 32 anos, que pega ônibus todos os dias na Industrial.




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