As obras do Projeto Drenar em São Bernardo têm como objetivo evitar enchentes, mas no momento este é o maior medo dos moradores da Rua Amapá, no bairro Rudge Ramos. O encanamento da rua foi trocado, mas na altura do número 330 restaram dois buracos enormes, abertos há mais de três meses.

Os vizinhos dizem que a única satisfação dada pela Prefeitura é que o serviço agora deve ser feito pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), já que a tubulação está vazando. Ao longo do dia, o esgoto sobe pelos buracos e o medo é que, na próxima chuva, transborde.

“Um está empurrando o problema para o outro. Reclamamos diversas vezes e nada foi resolvido. Quando os técnicos da Sabesp vieram, nos informaram que o local está perigoso, pois corre o risco de encher, e que a responsável pela conclusão é a Prefeitura. É preciso uma solução”, reclama a dona de casa Edelvita Oliveira Botelho, 68 anos.

Enquanto a equipe do Diário estava na rua, ontem, técnicos da empresa responsável pelo Projeto Drenar chegaram, mas não souberam dizer quando o problema será solucionado. Eles foram chamados apenas para tirar a terra que está no entorno dos buracos e levar até o aterro sanitário de Mauá.

“O cheiro aqui está terrível. É questão de saúde. Não se pode deixar esgoto a céu aberto tanto tempo. Agora está enchendo de animais como mosquitos, baratas e até ratos. Se estivessem trabalhando para resolver o problema, tudo bem, mas obra pela metade a gente não aceita”, disse a síndica Márcia Moreira, 54.

Outra questão que preocupa é o piscinão que está sendo construído na rua de trás e que fica ao lado de um prédio residencial. A população reivindica que o reservatório seja coberto e quer saber quando as obras vão terminar.

Prefeitura e Sabesp foram procuradas, mas apenas a empresa se manifestou, afirmando, em nota, que as obras do Drenar são de responsabilidade do Executivo e interferiram na rede coletora de esgoto. Dessa forma, a empresa que presta serviços à Prefeitura é quem deve fazer os reparos. A companhia ainda destacou que a via é dotada de rede coletora de esgoto a qual os imóveis estão conectados. Assim que os serviços forem concluídos, a Sabesp se comprometeu a fazer inspeção em todos os imóveis para garantir que não há mais inconvenientes.