Em ateliê no bairro Santa Maria, em São Caetano, pelúcia, espuma, vinil e uma série de outros materiais se transformam nas mãos de Eberson Taborda, 47 anos, que dá vida a inúmeros bonecos, alguns deles figurinhas bem conhecidas da televisão, como a mascote Xaropinho, do Programa do Ratinho, transmitido pelo SBT.

O talento de criação e a vocação para o mundo empresarial surgiram ainda na infância. “Comecei a construir bonecos com 10 anos. Assistia aos programas educativos de televisão, que ensinavam a fazer papel marchê com papel higiênico picado, cola e farinha. Dali fiz meus primeiros personagens. Chamava a molecada e fazia shows na minha casa, cobrava R$ 0,10”, recorda.

A vontade de progredir nas criações resultou em algumas traquinagens. “Peguei o colchão da cama dos meus pais, arranquei um pedacinho de espuma e fiz um boneco, depois arranquei mais outro e assim foi indo. Quando meu pai descobriu, me deu uma bronca, mas como o colchão já estava com um buraco enorme, me deu tudo de uma vez.”

Aos 17 anos, quando assistia ao programa infantil Bambalalão, exibido pela TV Cultura, viu a quantidade de bonecos utilizados e teve um estalo. “Fui até o programa e perguntei à Maria Amélia (integrante do elenco) se, caso eu trouxesse um boneco, deixariam colocá-lo no ar.” A resposta foi positiva. Despontava, então, a primeira ‘celebridade’ criada por Taborda: a boneca Xôxa.

Tempos mais tarde, vendo o jeito despojado do apresentador Ratinho, achou que em seu programa caberia uma mascote. “Procurei o Eduardo Mascarenhas, que trabalhava em uma montadora, e fizemos um tratado: eu faria o boneco e ele o levaria ao programa. Ele ficou na porta da emissora durante seis meses, com um monte de bonecos na mão. Uma hora ele entrou, participou e é o dublador do Xaropinho até hoje.”

Kinho foi outro boneco que ganhou fama no Brasil inteiro, no humorístico Escolinha do Barulho, da Rede Record, participando de 554 episódios. A criatividade de Taborda também readaptou o famoso Louro José, companheiro inseparável da apresentadora Ana Maria Braga. “Conheci o Carlos Madrulha, que trabalhava com a Ana, e falei que tinha uma proposta bacana para o Louro: fiz o boneco de maneira que ele piscasse e com uma feição de sorriso.”

O artista almeja que suas criações vão além do entretenimento. “Tenho um projeto de levar bonecos para o teatro e a internet chamado Educação com Diversão, no qual o ato de ensinar temas como saúde, ecologia, entre outros, acontecerá junto com o que a criança curte, que é a brincadeira e a alegria”, fala Taborda, com um brilho no olhar que entrega a receita do sucesso. “Meu trabalho é um dom de Deus que me dá alegria e satisfação. Vivo disso e amo isso. É gostoso demais.”

Cabeleireiro faz arte na cabeça dos moradores do município

A admiração pela banda inglesa Depeche Mode e pelo estilo de seu vocalista, David Gahan, fez o cabeleireiro Sergio Macineli, mais conhecido como Preula, 41 anos, lançar moda com um corte de cabelo que se tornou sensação no bairro na década de 1990. “O corte era chamado de quadrado ou plataforma. Comecei cortando meu próprio cabelo, pois os cabeleireiros da época não acertavam o corte que eu pedia, que era inspirado no vocalista do Depeche Mode”, conta. “Durou muito tempo a moda desse corte de cabelo, a faixa etária das pessoas que pediam era de 15 a 30 anos e até hoje ainda fazemos, tenho clientes que usam”, garante.

Ser estiloso também é ousar. Em seu salão, localizado na Rua Madeira, 416, Preula já atendeu a inúmeros pedidos que transformaram tradicionais cortes em verdadeiros trabalhos artísticos, com desenhos nos cabelos. Personagens de gibis, tribais, escudos de time, entre outras figuras fizeram, literalmente, a cabeça de muita gente.

“Os cortes com desenho foram uma febre total. No período da Copa do Mundo, eles voltaram a ser feitos, copiando os jogadores de futebol”, fala.

Ele conta que “a obra” é trabalhosa. “É um processo que demora, dependendo do modelo, de 15 minutos a uma hora. Os detalhes são feitos com uma maquininha própria para desenho ou com a navalha.”

Hoje as especialidades do salão são cuidar de cabelos loiros e da micropigmentação para as sobrancelhas.

O trabalho de Preula eleva a autoestima da clientela, com satisfação garantida dos fregueses e dele também. “É muito bom ver as pessoas saírem do estúdio mais felizes, isso não tem preço.”

A movimentação diária de clientes não lhe cansa, muito pelo contrário. “Tem gente que trabalha o dia inteiro e depois vai para casa relaxar. Aqui é diferente. Quando estou fazendo o que gosto, já trabalho relaxado. Amo minha profissão. Essa é a minha vida.”

Reforma em bica deve ser entregue até o fim do ano

Com a pior estiagem já enfrentada pelo Estado de São Paulo e as represas próximas de secar, a entrega da reforma da bica de água existente na Alameda Conde de Porto Alegre, prevista para o fim do ano, será de grande valia para os moradores do Santa Maria. São Caetano é abastecida integralmente pelo Sistema Cantareira, cuja capacidade está em situação crítica.

A bica do Santa Maria, existente há 14 anos, integra pacote de reformas do DAE (Departamento de Água e Esgoto) em outros sistemas de água potável como esse e também de poços artesianos. De acordo com a autarquia, ela foi fechada em março, com obras iniciadas em setembro. É uma das mais utilizadas pela população: quando em funcionamento, eram consumidos 92 mil litros de água por mês.

O estado em que estava a bica antes de entrar em reforma era precário. Das quatro torneiras disponibilizadas, apenas três funcionavam, sendo que uma delas ficava gotejando. O local também apresentava pichações e ladrilhos sujos. A principal reclamação dos usuários, no entanto, era a respeito da vala que separava a calçada das torneiras e dificultava o acesso, principalmente dos idosos.

Do processo de readequação constam acabamento em porcelanato branco, novas válvulas, além de posição mais ergonômica.