O documento deverá ser encaminhado para os órgãos de segurança do Estado, CBF e ao Ministério Público Estadual para fiscalização do cumprimento da medida. Marinho também vai enviar o ofício para as outras 26 federações estaduais com a orientação de que Tiago também seja obrigado a cumprir a punição fora de São Paulo. Assim, o torcedor estaria vetado em todos os estádios do Brasil. "Toda vez que tomamos conhecimento que algum torcedor se envolveu em alguma confusão e conseguimos identificá-lo adotamos esse procedimento", disse Marinho.
Tiago é um dos 12 corintianos que foram presos no ano passado em Oruro, na Bolívia, acusados da morte do garoto Kevin Espada. Ele foi flagrado no meio da briga entre integrantes das torcidas organizadas Pavilhão 9 e Camisa 12 durante o clássico entre Corinthians e São Paulo, pela 23.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Imagens obtidas pela reportagem e avaliadas pelo Instituto Brasileiro de Peritos mostram Tiago dando um chute em outro torcedor.
Por causa da confusão, o Corinthians foi multado em R$ 50 mil pelo STJD e perdeu um mando de campo. A pena foi cumprida nesta quarta, na Arena Pantanal, em Cuiabá, contra o Vitória.
Tiago se envolveu em outra confusão em fevereiro passado, quando foi preso após invadir o CT do clube com mais de 100 torcedores. Funcionários relataram que foram agredidos e tiveram seus celulares roubados. Um mês depois, a Justiça determinou que ele fosse solto.
Apesar da resolução proibindo a entrada de torcedores brigões nos estádios, Marinho reconhece que a fiscalização é falha. "Muitas vezes eles entram por setores que não precisam apresentar a carteirinha de sócio da organizada ou vão ao estádio com duas camisas, uma em cima da outra, para esconder o uniforme da torcida", disse.
À reportagem, o Corinthians mantém a posição de que não havia provas que incriminassem Tiago Aurélio dos Santos Ferreira pelos incidentes em Oruro. Portanto, na visão do clube, nesse caso o torcedor era inocente. Mas, agora, o clube disse que defende, uma vez identificado o torcedor, que o poder público tem como obrigação investigar e julgar o caso.
O assunto torcida organizada é tabu no Corinthians. Nem mesmo após episódios como a invasão ao CT, brigas recentes nas novas arenas, como no Mané Garrincha (em Brasília) e Itaquerão, o clube critica diretamente o comportamento destas facções.
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