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Consórcio regional adia reuniões de GTs

Integrantes dos grupos temáticos priorizam atos de campanha em detrimento de política pública

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
21/10/2014 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Reuniões dos GTs (Grupos de Trabalho) do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC foram adiadas porque parte dos integrantes assumiu compromissos com a campanha eleitoral à Presidência da República. A entidade, que é administrada pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), um dos coordenadores do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em São Paulo, contesta a informação.

Funcionários públicos envolvidos na construção de políticas públicas regionais confidenciaram ao Diário que a situação se agravou quando o segundo turno da disputa teve início e os atos políticos se intensificaram. Esses servidores reclamam da improdutividade das pautas do Consórcio no período. Segundo eles, a argumentação dos líderes dos GTs para adiar os encontros propositivos é sempre a de que surgiu imprevisto, com alegação da necessidade de dedicação a um projeto partidário no momento.

São sete eixos temáticos e 17 GTs na estrutura do Consórcio, composto pelos sete prefeitos da região. A premissa dos grupos é discutir, produzir e alinhar as políticas públicas nas cidades. Por isso, são formados por funcionários (concursados ou comissionados) de todos os municípios.

Geralmente, os coordenadores dos GTs são secretários da área e têm ligação política com o prefeito. Há três exemplos de nomes próximos de Marinho na administração de São Bernardo: Segurança Pública é gerenciado pelo titular da Pasta homônima, Benedito Mariano; Automotivo está sob a tutela de Jefferson da Conceição, que chefia o setor de Desenvolvimento Econômico; e Mobilidade Urbana, liderado pela arquiteta Andréa Brisida.

Até domingo, Dilma aparecia nas pesquisas de intenções de voto empatada tecnicamente, mas numericamente atrás do presidenciável tucano, o senador Aécio Neves. Para tentar reverter a situação, o PT no Grande ABC tem incentivado funcionários comissionados a pedirem licença, ou, até, anteciparem férias para se dedicaram à campanha petista.

O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), por exemplo, se licenciou do cargo e diz que os servidores que não estiverem com a petista estão “convidados a se retirar do governo”.

Na Prefeitura de São Bernardo é onde a orientação é aplicada com mais afinco. A primeira-dama são-bernardense e secretária de Orçamento e Planejamento Participativo, Nilza de Oliveira (PT), disparou e-mail ao primeiro escalão orientando comissionados a pedir votos a Dilma. O próprio Marinho foi flagrado diversas vezes fazendo campanha em horário de expediente.

CONTRAPONTO
Por meio de nota, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC afirmou que os GTs estão cumprindo calendário de reuniões ordinárias e extraordinárias, visitas técnicas e vistoria de campo estabelecidas para cada um dos grupos.

A entidade destacou que, entre setembro e outubro, ao menos 15 reuniões de setores diferentes foram realizadas. Um integrante de GT, que preferiu não se identificar, explicou que a pauta em questão é o acompanhamento dos PPAs (Planos Plurianuais) para que as peças produzidas pelos municípios sejam executadas em sintonia com a organizada pelo Consórcio. 




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