Em outras épocas inexpressivo, o posto de vice-prefeito hoje está sendo estudado minuciosamente para integrar a dobrada na corrida eleitoral pela Prefeitura de Santo André. A função tem se destacado na tentativa de agregar potencial de voto ao cabeça da chapa majoritária. No PT, o cenário é projetado com nomes de segmentos diferentes ao do deputado estadual Carlos Grana: o também deputado José Bittencourt (PDT) e o vereador José Ricardo (PSB).

A articulação passa pela questão de firmar arco de aliança. Objetivo com as conjecturas seria atrair partidos que estão alinhados com o PT no âmbito federal. Tanto PSB quanto PDT são aliados de primeira ordem do governo Dilma Rousseff. Os pedetistas configuram voo solo com a candidatura do recém-filiado Raimundo Salles. Porém, o discurso do advogado de tendência centro-esquerda tem o aproximado do lado petista.

Na campanha de 2008, o PDT indicou o líder sindical Cícero Firmino, o Martinha, para compor a chapa derrotada de Vanderlei Siraque. Pelo perfil religioso de Bittencourt e atuar no terceiro mandato na Assembleia Legislativa, o quadro é cogitado como forma de puxar voto do público evangélico.

Ricardo é outro panorama cotado na bolsa de apostas. Ele, que era sustentação na gestão João Avamileno (PT), pode ser seduzido pelo reduto eleitoral (região de Utinga e Parque Novo Oratório), por ser médico e conter forte penetração na classe média, setor de maior dificuldade do PT.

Avamileno preferiu evitar entrar na condição do vice e avaliou que, em princípio, o partido necessita definir o candidato ao Paço. Siraque vai anunciar desistência da disputa dia 13, só que o nome de Grana será sacramentado apenas dia 24, no próximo encontro partidário. "Vamos consolidar essa proposta do vice da chapa só no início do ano que vem, sem precipitação."

QUASE NULA

Grana é outro petista a defender a abertura da chapa para alguma legenda do arco de aliança a ser formado. Segundo Grana, é praticamente nula a chance de o PT lançar chapa pura - dois postulantes da mesma sigla no pleito - em 2012. "Finalidade é expandir e dar espaço aos parceiros."

Em Santo André, a chapa pura tem sido a tônica dos eleitos nos processos há duas décadas. O PT, coincidentemente, contribui para o histórico: nas quatro oportunidades em que venceu o pleito firmou a conjuntura da chapa com duas correntes internas.