Economia Titulo BID
Ministro do Planejamento vê escassez de recursos do BID
30/03/2009 | 07:00
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O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse domingo, pouco antes de entrar para o primeiro debate que antecede a abertura da Assembleia de Governadores do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que haverá falta de recursos no banco multilateral para atender a demanda dos países da América Latina e Caribe em 2010.

"Temos uma situação de escassez de recursos em 2009 e uma provável falta de recursos em 2010", afirmou o ministro, defendendo a necessidade de recapitalização do banco, principal pauta do encontro, mas acompanhada de medidas para agilizar o acesso aos recursos. "Em nossa opinião é importante aumentar o tamanho do banco", disse, lembrando que a recapitalização anterior levou três anos para ser aprovada pelos governos e congressos de todos os países.

Atualmente, o BID agrega 48 países. O aumento do capital da entidade está no centro das discussões da Assembleia de Governadores. A proposta, defendida em meio ao agravamento da crise econômica global e à dificuldade de financiamento causada pela crise financeira, pode enfrentar resistência nos congressos dos países membros, que já lidam com adversidades domésticas.

Nesse sentido, Bernardo disse que defenderá na assembleia "medidas capazes de aliviar a situação de demanda em 2009 e resolver o problema de 2010". "Isso poderia ser associado (à capitalização), uma declaração de intenção depois referendada pelos países, e poderíamos, baseados nisso, ter algumas outras medidas para atendermos as demandas de 2009 e 2010", disse.

Bernardo lembrou que no encontro do BID no ano passado, em Miami, o Brasil já defendia a recapitalização do banco multilateral, em um momento em que "os países estavam crescendo aceleradamente e havia uma demanda forte para projetos de infraestrutura para atender o crescimento".

"Este ano as coisas mudaram completamente, já não é o mesmo foco, mas a verdade é que a demanda continua forte e os países esperam do BID um papel que ele não tem condição de exercer hoje", disse o ministro.

"De modo geral, sinto que há muita força na tese. O problema são os detalhes e o diabo mora nos detalhes", concluiu o ministro.

A assembleia do BID foi aberta domingo, no início da noite (por volta das 19h30), com a presença do secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, do ministro das Finanças da Colômbia, José Miguel Insulza, do presidente da Colômbia, Àlvaro Uribe, e do presidente do BID, Luis Alberto Moreno.




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